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** By ROBERTO CHRISTO **

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A História de Carmen Rodrigues


Será na cidade de Belo Horizonte, o lançamento do livro "A História de Carmen Rodrigues" da escritora especializada nas questões de gênero e sexualidade, pela Ohio University (USA), Ana Luiza Libânio.

A autora foi alfabetizada nos Estados Unidos, na Los Angeles da década de 70. Na década de 80, retornou ao Brasil, onde vive na cidade de Belo Horizonte.  Em 2001 formou-se em Letras pela UFMG.

Pelo que eu conheço da sensibilidade da Ana, acredito que a obra trate do assunto de sua especialização que, com certeza, será abordada de maneira lírica e prazerosa. Enfim, terá um efeito de responsabilidade social! "Façamos a nossa parte"

Louco para ler o livro!!!

Dia 18 de dezembro, a partir de 18 Hrs

Livraria Quixote
Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi, Belo Horizonte - MG
(31) 3227-3077

Por ROBERTO CHRISTO

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Express Interview


Há alguns anos, fomos colegas nos estudos de interpretação! Desde aquela época, a Patrícia já se destacava como a melhor das atrizes. Sempre criativa, natural e flexível para atuar! Além do talento profissional e de sua intelectualidade (além de atriz, ela frequentou cursos de cinema no exterior e é DJ das mais competentes), ela tem alguns atributos que ajudam a abrir portas no mundo das artes: beleza; perfil físico diverso, capaz de ir de menininha à mulher sensual, basta um toque de produção; e talvez a característica mais marcante, uma voz ultra sexy.

Patricia Lunardelli, que em breve estará em cartaz com o espetáculo ainda sob segredo, participa da "Express Interview". A coluna, uma maneira gostosa, direta e simples de conhecer um pouco dos profissionais que muito contribuem para nossa arte, se alterna nas revistas virtuais "CLIQUISH" & "ÅTTA MAGAZINE!

Clique AQUI para ler o bate papo com Patricia Lunardelli.

Por ROBERTO CHRISTO

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Express Interview

Dilso Secchi
Dilso Secchi, que em breve estará em cartaz com o espetáculo "Conte-me Sobre Você", é o primeiro a participar da coluna "Express Interview".

Aproveite para conhecer esta nova coluna das revistas virtuais "CLIQUISH" & "ÅTTA MAGAZINE! Clique AQUI para ler.

É uma maneira gostosa, direta e simples de conhecer um pouco dos profissionais que muito contribuem para nossa arte, cultura, moda, filosofia, bem estar e outras manifestações profissionais que instigam o nosso pensar.

Por ROBERTO CHRISTO

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Alexandre Quintas em "Mateus, 10"


Versatilidade é uma das condições básicas para nos fazermos bons atores! É um dom lapidado com estudos, prática, disciplina e entrega! Um bom exemplo dessa afirmação vai para alguém que eu tenho acompanhado a carreira e que a cada ano me surpreende com sua eterna e constante ascensão profissional, o jovem ator e poeta, Alexandre Quintas.

Brilhando mais uma vez, o artista e sua trupe de alto nível, a Cia Tablado de Arruar (incluindo aqui o elenco: Alexandra Tavares, Alexandre Quintas, Amanda Lyra, Clayton Mariano, Ligia Oliveira e Vitor Vieira; o dramaturgo: Alexandre Dal Farra), têm demonstrado que trabalhar sério resulta em prover arte e cultura, obtendo admiração de público e crítica. ** Veja resenhas e premiações abaixo.

Este é o caso de "Mateus, 10", onde Alexandre Quintas interpreta dois personagens: Joelmir e Maria. O espetáculo conta a história de Otávio, um pastor em ascensão que entra em crise com sua atividade, quando se apega de forma quase obsessiva a uma passagem da Bíblia em que Jesus renega sua família, mãe e irmãos, em função dos seus seguidores e discípulos. A partir daí, Otávio passa a desenvolver e a pregar uma nova doutrina. O desejo obsessivo de negar o conhecido em função ao novo, a qualquer custo, o leva à beira da loucura. Para instaurar uma nova ordem ele precisa de um fato que mude os rumos da sua vida e é a partir dessa atitude que a trama se desenrola.

Por ROBERTO CHRISTO


Se você gostou, fique ligado na agenda de apresentações do ator, no interior de São Paulo:

NOV.28 & 29 - Registro
DEZ.01 - Santo André
DEZ.19 & 20 - Santos

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- Para sensibilizar o público, o ator precisa abraçar o personagem e transmitir emoção ao texto. Para encantar multidões, um líder religioso também necessita de carisma ao propagar suas mensagens. Montagem do grupo Tablado de Arruar, o drama”Mateus, 10” levanta questões plenamente aplicáveis ao teatro, religião, política ou a qualquer área na qual a sedução pela palavra seja fundamental. O autor Alexandre Dal Farra, também diretor ao lado de João Otávio, buscou referências dramatúrgicas no conto “Bartleby, o Escriturário”, de Herman Melville, e no romance “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski. Ainda apresenta influência bíblica no título, remetendo ao apóstolo Mateus, o coletor de impostos que abandonou a riqueza para seguir Jesus. Diante dessas inspirações, o espetáculo levanta um oportuno debate relativo a culpa, alienação, fé e ao poder da religião para ditar comportamentos. Vitor Vieira personifica o pastor Otávio, um homem que passa a questionar o valor e a verdade das suas pregações. O dízimo lhe parece sujo, e ele planeja desenvolver uma doutrina própria. Em meio a uma crise pessoal, Otávio enfrenta turbulências com a mulher (a atriz Ligia Oliveira) e perde o controle dos atos, envolvendo-se intimamente com os vizinhos e até em um assassinato. (…) Os diretores aliviam o extremo realismo da encenação e a densidade do texto com episódios tragicômicos, representados pela atriz Amanda Lyra. No bom elenco ainda figuram Alexandra Tavares, Alexandre Quintas e Clayton Mariano, apoios fundamentais para a perturbadora interpretação de Vitor Vieira. Dirceu Alves Jr. Veja São Paulo****.

- Um dos melhores textos do ano. Alexandre Dal Farra criou estranheza em personagens dentro do contexto de uma religião evangélica – uma parte da identidade da sociedade brasileira de hoje, poucas vezes abordada em nosso teatro. Lucianno Maza. Caderno Teatral da Cooperativa Paulista de Teatro.


- Prêmio Shell de melhor dramaturgia (2012)

- Prêmio CPT de melhor espetáculo em espaços alternativos (2012)


terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Preciosa Contribuição dos Diretores, Boris e Túlio Ramalho.

Os irmãos, Túlio e Boris Ramalho
Um filme é feito por uma equipe, no caso das minhas direções, confesso que sempre acabo dirigindo a obra de maneira coletiva. Este é também o caso do meu último curta: FORCA. Para uma produção bancada pelo meu bolso, sem ajuda de leis de incentivos ou patrocínios, já obtivemos a façanha de estar em quatro festivais mundo afora, além de uma indicação de "Melhor Filme", na Índia.

Nesse caso específico, sei que a abertura de espaço se deu, sobretudo, por causa da genial fotografia proposta e executada pela equipe da Teorema Filmes, trocando em miúdos, os seus representantes: Boris e Túlio Ramalho.

Os irmãos Ramalho trabalharam em quase todas as cinematografias dos meus filmes. O trabalho é sempre recheado pelas brilhantes ideias que partem desses dois profissionais de extrema competência. Formados em Cinema pela FAAP, Boris e Túlio conseguem criar a mais bela aparência das concepções. Mesmo trabalhando sob condições restritas, muitas vezes impostas pelos orçamentos apertados e correria nas gravações, os dois diretores são adoráveis e sensíveis a ponto de colaborarem no encontro da verdadeira identidade da obra, aquela que busco no mais escondido ponto da mente, enquanto diretor.

Por isso afirmo que neste caminho já percorrido, com ainda muito a aprender,  a grande habilidade e o bom humor da dupla formam pilares que contribuem para uma produção agradável, uma fantástica atmosfera no set e um resultado de alto padrão.

Que venham mais filmes! Obrigado pela colaboração generosidade da dupla.

Por ROBERTO CHRISTO


P.S. - Após polêmicos cancelamentos sem notificações e boatos sobre falhas na organização das edições anteriores, acabo de receber a notícia que o "Munich Underground Film Festival" vai acontecer em janeiro de 2015, quando exibirá o nosso querido "FORCA". Espero que, realmente, aconteça esse esperado evento. Danke München!!




sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Mais um ato solidário por Ana Maria Saad


Com o objetivo de oferecer um projeto em prol da bem estar da mente, Ana Maria Saad, atriz, diretora e empresária, trabalha na realização do "I Congresso de Medicina Integrativa na Saúde da Mente". O evento visa promover técnicas para aquietar a mente e resgatar a qualidade de vida daqueles que sofrem com distúrbios como: depressão, ansiedade, pânico, bipolaridade e outros.

Gostaria de ressaltar a coragem, a garra e o espírito solidário nesse ato de cidadania, da grande Ana Maria.

Leia o depoimento da mesma e seja um apoiador:

"Você sabe o que é sofrer abuso de uma das pessoas que mais deveríamos confiar? Infelizmente eu sei. Fui abusada pelo meu pai durante toda a minha infância. Sofri abusos psicológicos diários, e até mesmo sexuais. O resultado? Transtornos mentais, depressão e vontade de morrer. Dentro de mim, eu já sentia que a vida era um luto. Um dia conheci a Medicina Humanizada, e aprendi a domar minha mente.

No meu caso, minha mente foi domada contra a depressão. Para outras pessoas que conheci no meio do caminho, suas mentes foram focadas em outros assuntos, como liderança, timidez ou crescimento pessoal. Hoje dedico minha vida para ajudar os outros, mas preciso da sua colaboração para salvar mais pessoas que estão na mesma situação que eu passei.

Por isso criei esta campanha de financiamento coletivo para viabilizar o I Congresso de Medicina Integrativa na Saúde da Mente, evento online que farei, na primeira semana de dezembro, com a ONG Pensamentos Filmados para compartilhar os benefícios da Medicina Humanizada com muito mais pessoas."

Colabore clicando AQUI

Abraços,
ROBERTO CHRISTO



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Piccolino by Mina Mazinni


Talvez uma das figuras mais importantes da música italiana, um ícone que foi sucesso dos anos cinquenta aos anos setenta e que, subitamente, decidiu deixar a cena musical, só retornando em 2001 para deleite de seus fãs.

Esta é Mina Mazinni, ou somente Mina! Seu DVD "Mina in studio", lançado em 2001, causou uma pane nos canais da internet após obter mais de 20 milhões de acessos simultâneos.

Para minha feliz surpresa, estávamos jantando no Cipriani de Bodrum, quando eu reconheci a voz forte e sensual de Mina. Como era uma seleção de músicas inéditas (para mim), perguntei à gerente se era a Mina Mazinni, que vibrante confirmou ser a aclamada artista e ainda me deu no nome do álbum: Piccolino. Canções como: Armoniche Convergenze (Adelio Cogliati, Pietro Cassano e Fabio Perversi), Canzone Maledetta (Andrea Mingardi), Compagna di Viaggio (Giorgio Faletti), Questa Canzone (Paolo Limiti e Mario Nobile),  Brucio de Te (Giuliano Sangiorgi dei Negramaro) e Ainda Bem (do brasileiro Arnaldo Antunes) dão um charme todo especial a esta obra de arte de Mina Mazinni.

Vídeo:




POR ROBERTO CHRISTO

terça-feira, 2 de setembro de 2014

"ISOLADOS" - Quem disse que o Brasil não pode produzir um bom thriller?

Isolados, Um Filme de Tomas Portella

Ontem, estive na pré-estreia do filme "ISOLADOS" dirigido por Tomas Portella e com estreia nacional prevista para o dia 18 de setembro. Fiquei, positivamente, surpreso com os atributos desse filme de suspense, sobretudo com a alta qualidade do som que foi capaz de trazer uma emoção especial a cada cena. Acho que eu ainda não havia assistido a um filme brasileiro com recursos tão sofisticados, nesse gênero!

Na verdade, há um casamento perfeito dos diversos departamentos da produção cinematográfica. O que mais impressiona nesta obra é que vemos aqui uma sintonia do som, com a arte e a fotografia de maneira, minuciosamente, pensada.  Estes elementos se completam e se equilibram como em uma balança: a fotografia escura, melancólica e desbotada se utiliza da luz pontual dos objetos de cena que comprovam a sua condição; tudo é acompanhado por sons e ruídos simbólicos que ora estão próximos, ora denotam uma distância. Enfim, característica estas que comprovam a boa pré-produção e uma excelente direção (aquela que dialoga com o grupo de toda a produção).

A boa atuação dos atores (Bruno Gagliasso e Regiane Alves) pode ser divida em blocos que se alternam de acordo com a revelação de diversas personalidades de um mesmo personagem. Elas aparecem de maneira não cronológica e causam aquela sensação de mistério, além de evitar qualquer pré-anunciação do final da estória. Achei uma maneira inteligente que a roteirista encontrou para conduzir a emoção do espectador, sem deixar que este mate a charada em um momento inoportuno. 

A questão psicológica e a locação de algumas cenas me trouxeram referências do "Anticristo" de Lars von Trier, bem como, eu adorei a homenagem ao último trabalho de José Wilker no cinema... mas, prefiro parar por aqui para não estragar as surpresas dos futuros espectadores. Assistam!

Abraços,
ROBERTO CHRISTO



Amigos na pré-estreia do Shopping Iguatemi

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

The Wayward Cloud de Tsai Ming-liang


Há alguns anos eu, por acaso, assisti na TV a um filme que me marcou muito. Sabe quando estamos em viagem, assistindo um dos vários canais a cabo do hotel e pegamos o filme após iniciado? Na época não memorizei o nome do filme, nem do diretor. Tempos depois, de volta ao Brasil, tentei procurar algo sobre o filme e nunca encontrei.  

Recentemente ganhei um livro sobre cinema e ao folheá-lo me deparo com o foto de uma cena do desconhecido filme! Sim, era aquela obra cujos maiores atrativos eram a arte e fotografia, justamente os elementos que despertaram a minha atenção e fascínio! Corri para ler os créditos e lá estava: The Wayward Cloud (por Tsai Ming-liang). Bingo! Após anos, encontrei o que tanto queria e agora com a possibilidade de estudar sobre o diretor.

Então, o filme teve o título traduzido para "O Sabor da Melancia" e narra o encontro de Hsiao-Kang com Shiang-Chyi, ele um ator pornográfico e ela uma funcionária de uma video-locadora que reencontra um antigo "crush" para novas experiências. A versão para o português vem do uso constante da melancia como o símbolo de volúpia e do elemento água que aparecem como protagonistas no contexto do filme. 

O diretor, de maneira complexa, retrata a influência da urbanização na vida de seus personagens! Aqui temos novos formatos dos espaços físicos habitados pela população de Tawain e vivemos uma escassez de água que assola a cidade. O resultado é uma valorização exacerbada da importância de seguir os instintos que nos levam às relações interpessoais! Os impulsos humanos se manifestam mais arduamente, no desejo sexual, dificilmente consumado, decorrente das coincidências da proximidade física causada pela falta de espaço; ou na busca ensandecida da preciosa água, que com fartura estaria presente em uma suculenta melancia. 

O roteiro, um pouco confuso, permitiu a inserção de números musicais, todos muito bem produzidos e dentro da proposta verde-vermelha. A arte e fotografia enriquecem os demais elementos do filme e o torna mais interessante. 

O diretor, conhecido como um representante da Nouvelle Vague oriental, é famoso por explorar o ritmo lento, com planos longos e poucos diálogos. A crítica destaca bastante seu outro filme, Vive L’amour, com o qual o diretor ganhou o Leão de Ouro, em Veneza (este ainda inédita para mim, mas vou buscar uma maneira de assisti-lo, o mais breve possível!).

Portanto, fica aqui a dica para quem tem adoração pelo cinema oriental, como eu!


Abraços,
ROBERTO CHRISTO



The Wayward Cloud

The Wayward Cloud

The Wayward Cloud


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Norm Yip

Fotos de Norm Yip

Norm Yip é um arquiteto que se dedica a arte de pintar, desenhar e fotografar. Nascido no Canadá e radicado em Hong Kong, o artista tem canalizado suas energias criativas para produzir fotografias em preto e branco, cujo foco intencional é retratar modelos orientais.

Segundo Norm, os homens asiáticos são subestimados. No caso de Hong Kong, por exemplo, pelo fato da ilha ter sido uma colônia britânica, criou-se um complexo de superioridade da beleza ocidental. Portanto, faltava uma luz que destacasse a beleza deste povo! 

Foi preciso acordar o inconsciente coletivo, registrando a beleza da Ásia e do asiático. As imagens de Norm Yip, realmente, chamam a atenção para uma riqueza regional e têm criando novas corrente de amantes para sua arte.

Por ROBERTO CHRISTO



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Sim! Nós temos atrizes brilhantes: GABRIELLE LOPEZ

Gabrielle Lopez

Coincidência I

Coincidências são, na verdade, meras ligações energéticas. Encontramos nos nossos caminhos almas que precisam passar nas nossas vidas para que nos adicionem crescimento. Isto é uma constante. Alguns nos trazem muita alegria, outros dor e outros magia. Vejam como são as coisas, primeiro tive um enriquecimento de sabedoria quando conheci a cineasta e atriz, Ana Maria Saad, foi amor a primeira vista! Sabe aquela coisa de semelhança de histórico de vida? Logo conheci o sócio dela e também cineasta e ator, o querido Geison Ferreira Luz, mais um amor. A partir daí, cheguei a um recente contato com a bela e talentosa atriz, Gabrielle Lopez, a quem dedico este artigo. Foi Incrível perceber mais esta sintonia metafísica!

Coincidência II

Minha admiração pela Gabrielle vem de longos tempos. Eu me lembro que quando morei em Higienópolis/Vila Buarque, costumava frequentar muito o Copan, ali aproveitava para tomar um café e escolher os filmes na vídeo locadora. Em uma ocasião, fui testemunha de uma movimentada produção no local, quando vi, dentre uma confusão de equipamentos de filmagem, uma bela atriz loura sendo maquiada! Não soube mais detalhes, mas o evento ficou marcado na minha memória. Alguns dias depois, fui jantar com vários amigos cearenses que moram em São Paulo. O assunto não era outro, mas produção audiovisual! Estávamos conversando com o diretor presente, sobre o sucesso do filme "O Céu de Suely" (Dir. Karim Aïnouz), uma das amigas, que é da região de Iguatu - a locação do filme, comentava que a obra cinematográfica a fez lembrar de sua infância. Seguindo no conteúdo do assunto, o próprio Karim chamou nossa atenção para a sua produção do momento, que era a série "Alice" cujo lançamento seria em um futuro próximo, pela HBO. Ele nos contou que tinha como QG o Copan e daí me veio a lembrança da produção que eu havia presenciado naquele mesmo local. Perguntei se a personagem Alice seria vivida por uma atriz linda, cujos cabelos louros e cacheados haviam tomado a minha atenção e o Karim me respondeu que aquela seria a Marcela, outra personagem.  

Passado algum tempo, aproveitava as noites de domingo para dedicar uma exclusiva atenção ao seriado ALICE. Foram semanas me deliciando com uma obra perfeita, em todos os sentidos (desenrolar do roteiro, elenco, fotografia, trilha sonora, empatia com o enredo à paulistana). Duas atrizes me chamaram a atenção na excelente atuação, sendo que uma delas, com um destaque ímpar, pois se entregou de forma despudorada à sua personagem: a atriz, Gabrielle Lopez.

Mais adiante, ao assistir ao tocante filme "Solo" (Dir: Ana Maria Saad e Geison Ferreira), me deparo com uma "megera comedida"! Isto mesmo, uma personagem, cuja vida dada pela atriz, passava o ar daquela chefe arrogante, metódica, exigente e chata, mas sem perder a elegância e pose... (simplesmente, perfeita!) e sabe quem era a atriz? Gabrielle Lopez!

Por conseguinte, anos depois vou assistir ao magnífico espetáculo teatral "Genet, O Poeta Ladrão", uma produção cheia de queridos amigos envolvidos, quando uma cena me faz chorar! Foi tão marcante que cheguei a citar o fato, durante uma resenha que fiz da obra: todos entregaram seus corpos para materializar uma poesia metafórica. Isto se torna fato quando percebemos que a nudez foi quase sempre imperceptível, ou se tornou exceção com a bela cena protagonizada pela grande atriz, Gabriele Lopez. O personagem, encarnado pela atriz, é forçado a expor a sua genitália, se confirmando como uma prova dolorosa de sua transexualidade, mal interpretada pela sociedade. Víamos ali um corpo feminino afirmando ser uma alma e uma mente masculina! Há muito tempo uma cena teatral não me fazia chorar, mas esta passagem me encheu os olhos de lágrimas.


Coincidência III

Quando convidei a Gabrielle para uma entrevista, que será publicada em breve, resolvi fazer uma pesquisa mais minuciosa sobre a artista, a fim de elaborar perguntas pertinentes. Lendo uma entrevista da atriz para "O Tempo" (oops... mais um coincidência... este é o jornal da minha cidade natal e cuja diretora é uma querida e atenciosa amiga), Gabrielle diz ser bastante tímida! Daí veio aquela sensação que os tímidos, quando precisam se apresentar para o público, deixam seus corpos se tomarem pelas entidades "´personagens", seja no palco ou no set de filmagens. E tudo isso para a alegria de quem assiste! Por isso repito que temos sim,  estrelas que, de uma maneira altruísta, brilham para proporcionar o nosso deleite.

Parabéns Gabrielle!! Queremos ter a sorte de apreciar mais atores com essa sua timidez!

Por ROBERTO CHRISTO

 

sábado, 19 de julho de 2014

Clipping: Minha entrevista para o CNEWS

Entrevista CNEWS

Estou muito feliz com a oportunidade dada pela simpaticíssima, bela e inteligente Gaída Dias, a diretora executiva da TV Cidade, R7 e CNEWS. Leiam a entrevista que concedi a ela, clicando na foto acima que está com link para o CNEWS.

Obrigado Gaída Dias!!!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Comédia do Sec.XXI

Alejandra Sampaio no "É SUSreal!"

A comédia é, geralmente, um gênero agradável e que pode ser formatado de diferentes maneiras. Temos o "pastelão" que se baseia nos exageros surreais dos desenhos animados; ou a diversão humorística que brinca com os problemas do cotidiano social, como propôs Molière... Eu, particularmente, adoro a comédia de improvisos, tipo o trabalho da Tatá Werneck, um humor ácido que é contado de forma fria, sem emoção, um trabalho de ator que é gerado e concebido no momento! Já em tempos de politicamente correto, o humor negro passou a ser algo delicado; bem como, produzir comédia passou a ser um "andar" na corda bamba. Enfim, esta é uma mania de quem trabalha com audiovisual, parece que estamos sempre à frente de uma linha de produção industrial, naquela função de rotular aquilo que se vê! Parece que estamos sempre tentando adequar tal produto a um estilo! Tudo isto com a finalidade de se deparar com uma inovação do estilo e da arte de se comunicar. Mas, inovar é difícil! É um processo árduo desde a criação até a veiculação e seus meios. Estamos em uma era que tudo muda muito rápido e acabamos por ver uma estagnação criativa, tudo se torna muito efêmero. Esta realidade se torna um desafio! Mas, por incrível que pareça, há poucos dias o meu lado industrial se deparou com um novo!

Ao assistir, recentemente, ao programa piloto, da nova série comédia, produzido pelos amigos da "Pensamentos Filmados", me dei conta que havia deixado de lado esta minha mania profissional, de maneira inconsciente, quando me peguei dando risadas e entretido na telinha do youtube, como um espectador real!

Adorei a experiência e fui elogiar o trabalho desta série cômica de esquetes, junto a um dos criadores, o cineasta Geison Ferreira Luz. Foi quando o Geison me pediu uma opinião, enquanto profissional da área, pois aquele era um trabalho de produção e atuação totalmente diferente das coisas que ele costuma fazer! Daí botei a cabeça para analisar o porquê eu me comportei de maneira diferente diante daquela obra (fui dominado por um magia enquanto espectador) e descobri que, realmente, a "Pensamentos Filmados" acabou por criar um divisor de águas na comédia. 

Vamos às minhas impressões!

O programa piloto tem nota "10" na parte técnica: arte, produção, fotografia e áudio estão impecáveis! O trabalho dos atores é ímpar, a grande Alejandra Sampaio (indicada a melhor atriz pelo espetáculo "Cais ou Da Indiferença das Embarcações") está mais do que perfeita; está leve; está representando no ponto suave do estereótipo proposto, sem deixar de ser mega cômica! O Geison Ferreira Luz inova na atuação ao deixar de lado a caricatura de gestual e voz quando faz uma mulher, ou quem sabe um transgênero ou talvez um homem que se sente bem, quando travestido. Ele deixou esta diferença visível, invisível! Afinal é assim que devemos encarar o natural!

Aí chegamos ao ponto! Para dialogar com todos os públicos, passar a mensagem do âmago, se aproximar do humano, é preciso ser casual, fazer um estereótipo sem caricaturas sociais e deixar a luz para a questão em voga, no caso do programa "É SUSreal!", o problema da saúde... uma saúde de ordem pública e pessoal. Um problema, que no lado humano e pessoal, é tratado como tabu, uma vez que uma patologia mental é motivo de vergonha para aqueles que padecem deste mal. Um problema, que no âmbito de saúde pública, quando debatido, suscita a velha e chata disputa das ideologias políticas pessoais de uma sociedade que se esquece que a diversidade de opiniões políticas, também é salutar. Que paremos de impor nossas verdades, como as absolutas, quando discutimos política com outros. Pois esta discussão é como um cão correndo atrás do rabo, nunca atinge um objetivo.

Brincar com o visual da diversidade sem comprometer o foco é um humor novo e inteligente. Aqui incluímos todos, de maneira democrática, e subentendemos que os problemas de saúde mental são suceptíveis à diversidade, à todos o seres, à todas as categorias sociais, culturais, étnicas, sexuais e etc.

Fazer brincadeiras também é uma maneira de burlar a barreira do tabu; de nos mostrarmos tolerantes ás ideias alheias.

Aquilo que vemos não é sempre a verdade. Precisamos enxergar e não ver!

Quanto ao "É SUSreal!", a mente pôde ser sentida através desta obra, ao mesmo tempo que vista através desses PENSAMENTOS FILMADOS.

Parabéns, Geison Ferreira Luz, Ana Maria Saad, Alejandra Sampaio e equipe, vocês brilharam!

Quero abrir caminhos para a "Pensamento Filmados" junto aos possíveis patrocinadores da cultura e responsabilidade social e ou demais colaboradores, dizendo que nenhuma conquista é possível sem a participação de vocês! Participação que viabiliza ações e que visam a construção, através das artes, de um mundo onde qualquer pessoa possa ser um cidadão com dignidade.

Para os interessados em colaborar e investir na cultura, o contato da ONG é: contato@pensamentosfilmados.com.br

Beijos do ROBERTO CHRISTO

 

Assista ao "É SUSreal!":

 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

"Games People Play" by Dawn Westlake


 English
Recentemente anunciei que a incrível diretora, atriz e produtora, Dawn Westlake (Ron de Cana Produtora) dedicava parte de sua agenda lotada, realizando a produção e direção de seu novo filme “Games People Play”. Trabalho que conta com a cinematografia e montagem do talentoso artista, Jon Carr.

Muito já foi feito e a obra filmada com uma C500 da Canon já está em fase de finalização. O sonho de Dawn em transformar um drama real, da relação afetiva que a diretora presenciou entre amigos, em uma comédia de humor negro se fez valer!

No filme, a multimídia Dawn Westlake atua ao lado de David Razowsky e Mark Jacobson. 

Agora é esperar pelo lançamento de “Games People Play”!

por ROBERTO CHRISTO

 

Assista ao trailer:


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Carta aberta a Marilene Chauí e Jean Wyllys


Eu, recentemente, me deparei com duas manifestações proferidas por interlocutores de peso. Ambas são julgamentos pessoais que me dão o direito de resposta, enquanto cidadão. 

A primeira foi através de um vídeo, apresentado por um amigo, quando a Sra Marilene Chauí chama a classe média de estúpida, arrogante, petulante, ignorante e terrorista. Veja o vídeo abaixo:


Sra Marilene Chauí, a média é uma maneira de se calcular aquilo que seja democrático, de procurar e desenvolver pesquisas que melhorem nossas vidas, de construir um acesso à todos, de evitar a falta, de se poupar do excesso. 

Eu sou da classe média, cresci e fui educado na classe média. Minhas origens, até onde eu tenho conhecimento, são uma mescla de etnias europeias, mas como faço parte da média dos brasileiros que vem de onde eu venho, com certeza, tenho genes afrodescendentes e sefaradis! Para se chegar à algo mais preciso, basta calcular a média dos resultados do meu material genético. 

Meus pais são da classe média, me deram uma educação de valores, pautada no respeito e amor ao próximo. Sempre me ensinaram a ver a diversidade como algo mediano, nunca extremista, assim fica mais fácil exercer a tolerância e enxergar as diferenças como a grande fatia da média.

A segunda foi através do site Terra que publicou um comentário sobre o comportamento daqueles que assistiam ao jogo de abertura da Copa 2014, escrito pelo Deputado federal pelo PSOL do Rio, Jean Wyllys. Veja abaixo:

“Sim, eu senti vergonha por conta da vaia e do insulto à presidenta Dilma no jogo de abertura da Copa do Mundo. Sim, a vergonha foi maior porque a gente que puxou a vaia se considera "fina, culta e educada" e vive chamando de "mal-educados, grosseiros e sem-modos" aqueles que não têm a sua cor, a sua renda nem seus privilégios (inclusive o de poder adquirir o caríssimo ingresso para estar naquela arquibancada).

Sim, mal-educada, grosseira e sem-modo é mesmo aquela gente, que, pouco acostumada com a civilidade, não tem senso de oportunidade nem sabe fazer oposição política sem resvalar para a baixaria. Sim, os manifestantes que questionam, com razão, os custos da Copa e que têm motivos reais para perderem a cabeça em relação às políticas da presidenta (políticas que beneficiaram justamente os que estavam na arquibancada e na área VIP da arena) não caíram na baixaria do insulto pessoal à Dilma, embora sejam comumente chamados de "vândalos" e "baderneiros" pelos que insultaram a presidenta enquanto tomavam sua cerveja gelada.

Sim, eu faço oposição (à esquerda!) à presidenta Dilma, mas fazer oposição a ela não significa insultá-la de maneira covarde. Sim, eu faço oposição (à esquerda) à presidenta, mas fazer oposição não é cair em ataques pessoais, mas, sim, fazer crítica às políticas por ela implementadas.

Sim, há um tanto de misoginia e machismo odiosos no insulto proferido pela plateia branca e rica contra Dilma. Sim, eu não gostaria que Luciana Genro ou Manuela D'Ávila ou Erika Kokay ou Mara Gabrilli fossem insultadas daquela forma por uma turba de machos corajosos só quando estão em turba. Sim, sendo eu, todos os dias, vítima de insultos semelhantes motivados por homofobia, posso inferir a dor que a presidenta sentiu ao ouvir o insulto em coro.

Sim, a dignidade de Dilma (e sua dignidade existe apesar de suas atitudes políticas equivocadas e erros de gestão!) é a melhor resposta à indignidade daquela gente que a insultou. Sim, presidenta Dilma, você tem a minha solidariedade. Sim, coragem grande é poder dizer "sim"!
Jean Wyllys

Sr Jean Wyllys, o Sr age como o Hitler que definia a cor, o credo, a classe social, a orientação sexual e o estado de saúde das pessoas. Um Hitler que quer exterminar aqueles que julga como inferiores, baseando-se em fantasias e conjecturas (conjecturas: se você está no jogo da Copa é porque pôde pagar o ingresso! Se pôde pagar o ingresso, é porque pertence a classe XYZ! Se pertence à classe XYZ é da etnia tal! Se é da etnia tal, se acha mais educado que os outros! Se você se acha melhor que outros, você odeia os diferentes ou você é um egoísta, ou um acéfalo...).

Sr Jean Wyllys, o seu ódio é transparente quando fala daqueles que assistem ao jogo de abertura da Copa 2014! Você se baseia em características que fazem parte da diversidade fisicamente visível e que não deve ser referência para generalizar, desrespeitar a consciência individual e o livre pensamento. O senhor é gerador de ideias, por isso reflita se seu texto não é intolerante e parcial. Reflita se não há uma forte dose de "classemediafobia" e espero que repense suas futuras declarações.

Eu levo as afirmações do Deputado Jean Willys e da Sra Marilene Chauí como um rótulo negativo à minha condição étnica e minha classe social. Nem mesmo os trabalhadores do Censo, quando em pesquisa; ou os serviços de imigração; os órgãos públicos e privados me "pregam" tal tarja! Pois, quando querem saber da minha etnia e classe social perguntam: Qual a cor de pele que você considera ter? De qual etnia você se define? Qual dos grupos de níveis de renda familiar você se encaixa?

Alguns pensadores precisam se dar conta, que pensamento é democrático, é filosófico, é dialético, é pessoal, é escolha, é a liberdade de ser. Por favor! Eu não quero falar da política brasileira, pois é um assunto que eu, realmente, ignoro. Minha resposta é para mostrar  que me senti agredido, ridicularizado e menosprezado por uma certa classe de intelectuais! Intelectuais que têm acesso aos meios de comunicação. Pessoas que considero inteligentes, mas que estão cegas e doentes. Que, por conta de seu status social, político e profissional, querem impor seus pensamentos, como uma verdade absoluta. Pessoas que julgam, condenam e querem diminuir aqueles que eles fantasiam ser contrários às suas verdades. Pessoas que se utilizam de suas facilidades de comunicação para botar o dedo na cara alheia, ou que julgam pelas aparências e por suas fantasias.

por ROBERTO CHRISTO

 

terça-feira, 10 de junho de 2014

"A Curra" Uma Realidade no Palco!


Na última quinta feira, a convite do ator Marcos Ferraz, eu estive no Teatro Paiol para assistir ao espetáculo "A Curra", de Gladston Ramos e Sebah Vieira, que mostra o dia a dia de uma penitenciária. O mais bacana foi ver que a equipe tem garra e talento o bastante para fazer de um assunto denso, uma peça tocante, artística e de entretenimento!

No palco uma grade de ferro recria uma cela. Ali os atores encenam a falência do sistema prisional brasileiro e mostram o fim do sentido principal da pena de seus personagens: a reabilitação do condenado! Não há mais como ressocializar o encarcerado, que uma vez livre, volta à violência, ou morre ali mesmo, antes da liberdade.

O texto escancara o que vivemos: um sistema carcerário além do limite; uma superpopulação prisional vivendo em péssimas condições; uma situação que só serve para fazer do local, uma escola para a institucionalização do crime; um espaço sem respeito à dignidade humana; uma negligência com a prevenção de transmissão de DSTs, um desamor à vida!

O espetáculo é a ficção da realidade do descaso do poder público. Tanto na peça quanto na realidade, as penitenciárias brasileiras se tornaram os QGs do crime organizado, de lá são enviadas as ordens para que o "negócio" continue a acontecer do lado de fora. Através de subornos é possível obter telefones celulares, drogas ou outras regalias. As hierarquias são formadas dentre os próprios detentos, ali as leis são outras, a justiça é feita com as próprias mãos!

Para o bom entendedor, as críticas subliminares de "A Curra" mostram que precisamos abrir a mente e deixar de lado nossas simples soluções para o fim dessa violência que vivemos. Está enganado quem pensa que a redução da maioridade penal ou a adoção da pena de morte vai resolver os dois lados da moeda, vai fazer a sociedade enxergar o preso como um ser humano que merece respeito quanto a sua sexualidade, seu corpo, sua mente. Ainda há um grande caminho a percorrer, pois o mundo está experimentando qual a melhor forma de retirar da sociedade, punir e recuperar aqueles cidadãos que apresentem alguma ameaça à vida em comunidade. Mas, é importante ter consciência que o menosprezo gera revolta e que a violência contra a dignidade gera violência contra a sociedade.

Recomendo a todos a assistirem à peça, lembrando que, no decorrer deste mês, publicarei um bate papo com os atores: Danilo Almeida, Marcos Ferraz, Marco Mastronelli e Melissa Paixão, no www.revistacliquish.com. IMPERDÍVEL!

FICHA TÉCNICA: A CURRA

Texto: Gladston Ramos.
Direção: Sebah Vieira.
Elenco: Marco Mastronelli, Marcos Ferraz, Danilo Almeida, Melissa Paixão, Taiguara Nazareth, Will de Oliveira, Vagner Cezarey, Eliane Donabella e Bruno Nabuco.
Quintas, às 21h no Teatro Paiol Cultural - Rua Amaral Gurgel, 164 (Campos Elísios).

por ROBERTO CHRISTO

 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Setenta


O documentário "Setenta" entra em circuito nacional hoje. O filme teve sua première no Festival do Rio, já passou na 37ª Mostra de Cinema Internacional em São Paulo e foi premiado no Festival de João Pessoa.

Produzido pela jornalista Sandra Moreyra, o documentário se baseia em um fato histórico ocorrido no ano de 1970! Foi naquele ano que o embaixador suíço no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, foi sequestrado. O ato tinha fins políticos, os sequestradores pediram a liberdade de 70 presos políticos, em troca da libertação do representante diplomático. 

É através do depoimento de 18 personagens que a história é revivida no filme! A obra, também, mostra o que o destino reservou para estas 70 vidas, após serem libertados.

Esperemos ansiosos para assistir!

por ROBERTO CHRISTO

 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

A arte de Joana Vieira

Joana Vieira e Bigode

A artista plástica, Joana Vieira, apresenta sua arte com influências do barroco brasileiro, cujo tema chama a atenção para o nosso sincretismo religioso e sua miscelânea de ritos afros e cristãos. Paulistana com alma enraizada do nosso país, Joana expressa a visão de nossas tradições de maneira inclusiva. Suas obras nascem da junção da madeira, tintas, lantejoulas, tecidos e fotografias.

A percepção da arte é algo muito pessoal e vai de encontro com a características mais intrínsecas do espectador. No último 24 de maio, estivemos no evento de arte de Joana Vieira, que abriu a sua casa-atelier, para convidados. Foi uma grande oportunidade de ver de perto, a magnífica obra desta artista que celebra o heterogêneo, buscando elementos seculares, cujo conceito inicial se camufla por detrás do conservador!

Para ser contemporâneo, enaltecer a diversidade e se utilizar de bases tradicionais ou de raízes, é preciso ser inteligente e tocar os diversos inconscientes. Em tempos em que movimentos sociais lutam pela abolição do tradicional véu das mulheres iranianas e que no Brasil pedem pela retirada dos crucifixos das salas de instituições públicas para manutenção da laicidade do país, ou insistem no reconhecimento das crenças afro-brasileiras como religião, Joana Vieira usa de sua criatividade para mostrar que o inteligente é se comunicar de forma inversa, ou seja, valorizando as óbvias raízes que a atualidade taxou de conservadora, mas que, definitivamente, não são!

Ser inteligente e criativo é ir pela via contrária e mostrar o sagrado já introduzido do sincretismo! Arte é isto, arte é não banir as raízes, mas sim recria-las!
Promover a harmonia do diverso é criar um evento de arte com samba, música eletrônica, cachaça e espumante. É mostrar uma obra, nitidamente, com grande influência do Barroco católico, cristão! Porém, mesclada de referências "mundanas" (no melhor sentido da palavra)! 

Quando falo de diversidade aqui, digo respeito às diversas crenças, culturas e origens. O trabalho de Joana Vieira consegue fazer isto de forma impressa!

Seu mundo se divide em fatias de brasilidade, com seus elementos da cultura baiana embasada nas raízes africanas; com sua matéria prima que nos remete às fantasias do nosso carnaval. Uma outra fatia inclui um pouco do barroco andino, senti bastante influência da escola cuzquenha na obra da artista! Indo bem mais longe, há a fatia com influência da arte sacra filipina, cujo detalhe marcante fica com o vermelho (e demais cores) da tapeçaria intitulada "Sagrado Coração de Maria" que me trouxe a sensação de estar presente na famosa festa da "Sexta Feira da Paixão", em Manila, com seus ensanguentados corpos flagelados.

É claro, tudo que cito aqui provém da mesma influência cristã-ibérica, mas enfatizo que houve a haverá mutações desta realidade, assim como a interpretação da arte. Falar de espiritualidade através de símbolos é materializar um energia! Agora, é preciso espiritualizar a matéria resultante das nossas mutações físicas e culturais, mutações que geram diferenças. Diferenças que o homem resiste em aceitar. Negações que são motivos de guerras e disputas. 

Fazer da arte uma busca das raízes, pode ser uma maneira inclusiva de celebrar as variantes finais da sensibilidade, de se mostrar as diferenças de formas que migram aos extremos do mundo. É ter conhecimento que qualquer diferença se torna igual ou se torna invisível, quando enxergamos que a sua essência é a mesma, não importando se a artista clamou por São Jorge, talvez Ogum! Ou se ela homenageia o Espírito Santo, incluindo em sua obra as tradicionais lanternas de papel, presentes na festa budista de Vesak, e que pode representar o mesmo símbolo da libertação​​, em qualquer crença.

por ROBERTO CHRISTO

 

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Eu sou Kelly Lima!


A expressão do artista não pode se restringir a uma linguagem somente, é preciso interagir com a humanidade e não com um público! A atriz, diretora e produtora, Kelly Lima, consegue sintetizar sua multi experiência quando desenvolve um trabalho que tem como finalidade o íntimo humano. Este é o momento de reunir, em um foco, aquilo que vivenciou como palhaça, atriz de teatro, atriz de cinema! Aquilo que aprendeu nas aulas de violino, nas aulas de francês! 


Como se não bastasse, faz das artes o caminho para administrar a vida, os negócios e a família. Assim conseguiu criar uma base estrutural para manter o prumo, mesmo depois de pender para os dois lados ou passar por tempestades causadas pela natureza da má fé alheia! Mas sempre, retorna ao seu ponto de equilíbrio.

Responsável pela primeira assistência de direção do curta metragem de Elder Fraga, que representa o Brasil no "Cannes Short Film Corner 2014"; pela co-direção do filme "Forca", indicado a melhor curta no "7 Continents Film Festival", na Índia, em 2013; agora ela se prepara para mergulhar de cabeça nos projetos de teatro infantil, além de poupar as energias para a co-direção de um filme baseado em um texto do Frei Betto, programada para o segundo semestre. 

Mais uma fase da vida, mais um novo visual!

Interessado nesta garra e fonte de boa sorte, escolhi esta artista para ser a minha entrevistada da semana. Confira abaixo suas respostas que ilustram bem seus planos, desejos e ações! Um texto que faz jus aos, também, títulos de jornalista e roteirista de Kelly Lima.


Há pouco mais de um ano nessa nova parceria com o autor e diretor,       Francisco Alves, já colhemos bons frutos: a montagem e circulação do espetáculo infantil "Ouvindo Estrelas" , vencedor de 2 prêmios no Festival de Teatro da Amazônia; o processo de criação e montagem de "Da Vinci, o Inventor", também para crianças, com previsão de estreia ainda este ano; e a produção de mais dois espetáculos adultos no Rio de Janeiro: "Casarão ao Vento", texto vencedor do 6º Concurso de Dramaturgia Brasil em Cena, promovido pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil e também "Riso Invisível" com estreia em Maio no Sesc Tijuca. 

Seus textos infantis são delicados e poéticos e acima de tudo, tem a preocupação de respeitar a inteligência e o senso crítico da criança, com o propósito de desmistificar o maniqueísmo tão abundante na literatura para esse público.
Já para o público adulto a poesia prevalece em meio aos apontamentos das injustiças sociais (sobre o machismo desnudado em "Casarão ao Vento" texto de época - séc XIX, mas atualíssimo) e nas relações humanas, especialmente naquelas que ocorrem nos bastidores, longe do olhar do público (no caso de "Riso Invisível") e que dizem respeito ao desejo e as necessidades de se sentir amado e aceito pelo outro.   

Ainda em 2014, esses espetáculos devem circular pelo país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e o trabalho de produção é intenso, mas extremamente gratificante.

É a mesma sensação que tenho das minhas primeiras experiências com o teatro. Essa relação que iniciou quando menina, numa escola da periferia de São Paulo. Eu tinha uns 13 anos, era "coordenadora da classe" e precisávamos de dinheiro para a festa de conclusão do ensino fundamental. Tive a ideia de fazer uma peça de teatro sem nunca ter ido a um espetáculo até então. Escrevi o texto sobre a vida das princesas depois da célebre frase "e viveram felizes para sempre", era uma comédia dramática. Minha professora de língua portuguesa, com quem até hoje mantenho contato, me incentivou e me orientou. Convidei outros alunos para compor o elenco, decidimos o figurino e a trilha sonora. Dirigi de acordo com a imagem que se formou na minha cabeça e todos contribuíram com suas próprias ideias. O resultado foi o pátio lotado em todas as apresentações. Cobramos ingressos a algo em torno de R$2,00. Foi uma delícia e conseguimos o dinheiro! Essa relação acabou estacionando por aqui por alguns bons anos.

Apesar da formação em roteiro e jornalismo, acabei indo parar na publicidade, o que foi extremamente importante para meu amadurecimento pessoal e profissional. Dolorido, é claro! Foram nessas experiências profissionais que percebi a riqueza das relações humanas, mesmo aquelas que entendemos como "desumanas", visto que no mundo corporativo uma pessoa é facilmente substituída por outra quando sua capacidade de produção não atende mais aos interesses da empresa. Ou melhor, das pessoas que administram essa empresa. E isso acontece geralmente no momento de maior fragilidade do empregado. Como se este fosse uma engrenagem que apresenta defeito e precisa ser substituída por uma peça nova. Pode parecer absurdo, mas passei a fazer analogias com as relações fora do trabalho e perceber que a fragilidade das relações humanas é minha fonte de inspiração. Passei a revisitar minhas histórias de infância com meus cinco irmãos e dezenas de primos, minha relação com meus dois filhos, com amores, com amigos, com meus pais. E é onde me encontro. Encontro minhas fragilidades, defeitos, anseios, neuroses... meus desejos: os realizados e aqueles que ficam por esperar ou que mudam de rumo. A vida é de uma riqueza infinita!! Todas elas, mesmo as (aparentemente) mais cotidianas e ditas "normais" ou "simples". 

Obviamente que para transformar essa avalanche de emoções, sensações e histórias em textos para teatro, cinema ou alguma  forma de arte (ou intenção de fazer arte), é preciso muito estudo, treino, pesquisas, trocas com outros seres inquietos que estão nessa jornada. São noites em claro, finais de semanas, feriados e pouco tempo para o ócio, para o "devir", para o devaneio. O que me faz falta. O que deve fazer falta a todos.

Porém, enquanto mulher emancipada, tenho uma intuição que grita pra dentro e ecoa: é no caminhar que está a realização!! E mesmo que nesse caminho encontremos pessoas muito mal intencionadas, situações pouco ou nada favoráveis, que tenhamos que dar dois passos para trás pra ganhar impulso, ou que tenhamos que parar por momentos e esperar a tempestade acalmar (o que eu diria ser as grandes oportunidades para o devir**), enfim, é esse o caminho!! Sigamos, pois!

**Devir (do latim devenire, chegar) é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas. (fonte Wikipedia)

Parabéns pela capacidade de redigir este belo texto baseado nas minhas perguntas.

por ROBERTO CHRISTO

 

Na direção cinematográfica

Na direção

Na direção

Como palhaça

No palco

No palco

Como Mestre de Cerimônia

Como Mestre de Cerimônia



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