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** By ROBERTO CHRISTO **

domingo, 27 de abril de 2014

Geison Ferreira, a Luz que conforta nossos olhos e mentes!

Geison Ferreira, diretor.

Existe uma teoria que quanto mais se vive o Karma, maior é o desenvolvimento espiritual do ser. O karma não é necessariamente um fardo que estamos predestinados a carregar, esta ideia ocidental é totalmente fantasiosa. É importante saber que não estamos com nossos destinos traçados!

Para desvincular um pouco de crenças ou religiões, vamos chamar o ser de energia, pense nos estudos que tentaram nos ensinar algo difícil de entender: energia constitui o substrato básico do universo e de todos os processos de transformação, propagação e interação que nele ocorrem (fonte www.biomania.com.br)

É bem difícil de compreender as teorias! Talvez exemplificar seja uma maneira mais fácil. Vamos acreditar que a vida é uma cadeia de acontecimentos e que nós somos os próprios diretores da vida, ou seja: para todo evento que ocorre, haverá uma reação na forma de outro evento, cuja existência foi causada pelo primeiro e que nós fomos os responsáveis por ele, mesmo que de maneira inconsciente. O karma é a experiência de vida, aquilo vinculado à suas ações, intenções, aos seus pensamentos e aos resultados gerados. Portanto, quanto mais experiência de vida você tem, se você estiver sensível a elas, mais maduro você se tornará! Ficará claro que a lei mais factível do universo é a lei da ação e reação! Que a maturidade nos dá o dom de enxergar a energia dos homens.

Há muito tempo eu queria finalizar a "duologia" (palavra que criei para designar conjunto de duas obras ligadas entre si por um tema em comum, é a prima da trilogia) "PENSAMENTOS FILMADOS"...

Trocando em miúdos, eu entrevistei, no meu programa Cliquish, a diretora, musa, produtora e atriz, Ana Maria Saad, também sócia proprietária da ONG "Pensamentos Filmados" e já há alguns meses que queria entrevistar o sócio dela, a grande pessoa, o excelente ator e o sensível diretor, Geison Ferreira! Porém, minha falta de tempo circunstancial, decorrente de excesso de trabalho (para superar crises), me impediu de produzir mais um programa audiovisual. A boa solução foi publicar este post.

Todas as vezes que tive contato com a obra de Geison Ferreira, percebi uma característica marcante que me instigou a desvendar o segredo do harmonioso entrosamento dos vários departamentos envolvidos naquela produção. Percebi que a ferramenta básica dele é a lei da ação e reação, faça com o outro aquilo que quer para você, é a transparência da alma do diretor que comunica com sua equipe, é a sua energia pessoal que faz seu lado profissional cheirar "gambás" semelhantes. É o amor por aquilo que faz! É a inteligência nata.

Fiz algumas perguntas, além de pedir ao Geison que me enviasse uma biografia, o material seria para me ajudar na criação do post. Recebi um texto belíssimo que decidi reproduzi-lo aqui.


Por Geison Ferreira Luz, Cineasta.


Nasci em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, numa família extremamente religiosa. Minha mãe ficou grávida aos 16 anos e, completamente rejeitada pela família, foi tentar se estruturar financeiramente em São Paulo, me deixando sob os cuidados da minha bisavó.



Na infância, sempre fui tratado como "alguém que não deveria estar ali". Para os adultos, eu era fruto do pecado da minha mãe. Em 12 anos, tive apenas uma festa de aniversário. Ao menos gosto de pensar que foi minha.



Constantemente ouvia "Você mora aqui de favor", "Se sua mãe gostasse de você não teria te abandonado"... Eu não entendia o que essas palavras queriam dizer, mas doíam!



Entre abusos físicos e psicológicos, medo e rejeição, criei meu próprio universo. Minha rotina era chegar da escola ao meio-dia, correr para brincar com as plantas e árvores do quintal, até anoitecer. Sozinho, mas, ali, extremamente feliz! 



Aos 10 anos de idade, brincava de diretor, passava horas conversando com as árvores, explicando como elas deveriam atuar e sentir. Até então, o meu acesso à cultura ou filmes era zero! Um aparelho televisor era algo mágico para mim, mas como não era de “Deus", também fui privado de assistir televisão! Até quando abriu uma pequena vídeo-locadora do lado da minha casa e comecei a passar as tardes lendo e relendo as sinopses das capinhas dos filmes. Este foi o meu primeiro contato com o cinema!



Quando a Ana Maria Saad, minha parceira de vida e na “Pensamentos Filmados”, e eu escrevemos o roteiro do curta-metragem "V.I.D.A", jamais me ocorreu dirigir o filme. Mas, a proposta de abordagem era tão especifica, que até o então diretor me sugeriu dirigir o filme, me orientando quando necessário. Fiquei em pânico! Até que me lembrei da sensação que era brincar com as árvores, aquela paz e prazer.



Eu amo atores! Estudei atuação no teatro-escola Macunaíma, e em seguida fiquei três anos no Studio da Fátima Toledo, onde conheci a Ana Maria. Apesar de ter minhas ressalvas com o método de preparação que ela usa, foi lá que tive meu primeiro contato com a verdade cênica, de você estar numa determinada situação e acreditar naquilo, se permitir viver aquele contexto. Só que diferente do que vivenciei lá, acredito que isso só é possível com o embasamento de um bom roteiro, uma direção objetiva e uma estrutura para que o ator possa se entregar, acreditando que está sendo cuidado e preservado, dentro de uma produção.


Já tive péssimas experiências como ator em produções de terceiros e elas foram importantes para que eu aprendesse a lidar corretamente com meus atores e equipe, em um set de filmagem. Acredito que a arte não tem a ver com loucura, mas sim liberdade de ser, de se expressar sem relação com certo ou errado, mas com seu contexto e com o universo que nos permeia.

Todo argumento de roteiro que nasce na minha cabeça precisa ter uma razão para existir! Precisa agregar algo para minha formação como ser humano, para quem irá trabalhar comigo e para o espectador.  Acredito que um filme pode ser o melhor amigo de alguém, pois traz, em suas histórias e personagens, possibilidades de vida.

Muitas vezes, alguém só precisa saber que não está sozinho para ter forças e se transformar.


Falar do Geison não é só falar do jovem diretor de V.I.D.A, Solo, Jogatina (filmes que tocam a alma de qualquer espectador, independente de nível cultural); é falar do dom da empatia, do altruísmo, da capacidade de retratar na tela a "energia" que desperta aquele sentimento: "Poxa, eu já vivi esta emoção".

Não é a toa que o Geison é sócio da Musa e as coincidências não são por acaso! Aí estamos, de novo, de frente com a lei da ação e reação. Aliás, Musa é o apelido carinhosos que criei para a Ana Maria Saad, que é uma verdadeira fonte de inspiração para muitos encontrarem coragem de lutar pelo maior patrimônio do ser: a vida (ou V.I.D.A, assim como o título do 1º filme desses queridos).

Para se ter uma ideia do que estou falando, vale fazer uma visita ao site da ONG e Produtora de Audiovisual: www.pensamentosfilmados.com.br

Vale lembrar aos empresários interessados em investir em responsabilidade social, que a Pensamentos Filmados oferece uma série de projetos de inclusão e bem estar social, todos aprovados por leis de incentivo de renúncia fiscal. Uma excelente oportunidade de fazer o marketing de seus negócios e ajudar na construção de um mundo mais justo e melhor. Aproveitem!

Como dizia Mahatma Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo"

por ROBERTO CHRISTO

 

Fotos de Geison Ferreira Luz

O diretor e a musa
No set de filmagem

A ONG e Produtora Audiovisual

Dois ícones das artes trabalhando juntos, Geison e Gabrielle Lopez

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O insondável Alexandre Quintas

O artista Alexandre Quintas (Foto Acervo Pessoal)


Nesta semana, me deparei com coincidências artísticas advindas de dois artistas distintos, cujas obras chegaram até a mim, sob o aspecto característico da semelhança. Há uma semana atrás, após ver as fotos do venezuelano, Daniel Bracci, protestando contra a censura e a repressão do Governo de Nicolás Maduro, fiz um post sobre o tema. Alguns dias depois, me surgiram as fotos de Alexandre Quintas, cuja obra me trouxe a mesma sensação da obra de Bracci.

Em conversa com Alexandre Quintas perguntei se havia algum conceito ou tema para o trabalho de fotos dele e obtive uma resposta incrível:

"Acredito de alguma forma que todas as descrições são contadas e resumidas através das próprias fotografias. Uma vez revelado um tema, talvez eu perca o meu mistério, aquele que tantas pessoas falam. Eu posso dizer qual a concepção que me levou a exteriorizar o que estava latente em mim em cada momento, mas  suponho que limitaria as sensações pessoais de cada ser que contemplasse mais uma das expressões a "La Quintas". É instigante poder ouvir a percepção de que cada pessoa tem pelos meus trabalhos, tanto na arte dramática como na literária. Apesar de eu ser reservado quanto à minha vida pessoal, é um pouco de mim partilhado às pessoas. É uma troca, uma aproximação!"

Temos vários meios de expressar nossas opiniões e a fotografia é um deles. Fotografar é registrar a visão individual e poder transformá-la em um contexto. Compartilhar este contexto é criar um movimento social, é proporcionar uma interação de opiniões, pensamentos e necessidades. Estes movimentos cíclicos são comuns nas artes e criam os históricos estilos de contextos da arte e de comportamento.

As guerras; os problemas e transformações sociais; nossas crises ou dificuldades pessoais! Todos estes fatores fazem a arte renovar, ajudam a criar movimentos que exprimem um sentimento social comum, de um mesmo momento. Só quando novas eras surgem é que nos damos conta que, em um passado qualquer, vivemos um movimento artístico de contexto. Só com o passar do tempo conseguimos desenvolver estudos sobre a arte que permaneceu "impressa". Ou seja, só assim pudemos notar ou filosofar sobre um impressionismo que conheceu a estética de forma cognitiva de seus autores, enquanto o expressionismo exteriorizou a maneira subjetiva do autor enxergar as coisas, dando a chance ao espectador de criar sua própria visão, uma chance de expressar o seu irracional, de se distanciar do figurativo.

No caso do trabalho de Alexandre Quintas eu vejo a mente emocional como a base da vida, e vejo que, realmente, o artista quer externalizar sua comoção, preservando a privacidade de sua face.

por ROBERTO CHRISTO


Fotos de Alexandre Quintas










terça-feira, 8 de abril de 2014

"O que o Mordomo Viu"

Foto do site Ingresso Rápido


"O que o Mordomo Viu" é o tipo de espetáculo que você não sente o tempo passar! É tão hilariante que quando chega ao fim, o verdadeiro desejo de todos os espectadores, se possível, seria como em um vídeo ou DVD: voltar a fita e assistir tudo de novo. Vale enfatizar que minha analogia não se completa, quando se compara a energia do teatro com a do vídeo, o "ao vivo" é infinitamente mais emocionante!

A versão de Miguel Falabella, que também assina a direção, foi baseada na peça escrita pelo polêmico, Joe Orton, cujo título original "What the Butler Saw" também pode ser traduzido para "O que o Camareiro Viu".

A minha grande ansiedade em prestigiar o espetáculo muito se deveu ao fato de poder assistir ao meu amigo e parceiro de trabalhos, o ator Magno Bandarz, brilhar, mais uma vez no palco. Parabéns Amigo! Você está maravilhoso, como sempre! Muito orgulho.

Justiça seja feita que o mérito de boa atuação vai para todos os atores que integram o elenco, sem nenhuma exceção! Uma turma de peso, afiada e que movimenta a peça, levando aquele especial "comichão" da comédia, que provoca as várias risadas, à plateia. Quero destacar dois atores: Marcelo Picchi e Marisa Orth, que só de pisarem no palco com suas expressões ímpares, já me arrancaram as melhores gargalhadas de 2014.

A inteligência de Miguel Falabella para adaptar o texto, construiu uma comédia capaz de burlar a barreira do politicamente correto e conseguiu brincar com questões de sexualidade e gênero sem jamais ofender qualquer diferença, classe profissional, filosofia ou aquelas rachaduras do nosso psiquê. E é claro! A sutileza dos atores foi fundamental para brindar a boa ideia do autor, foi unânime, a interpretação de tom perfeito e sem o uso dos trejeitos "clichês" da comédia. 

Um conjunto nota mil e melhor... com a vantagem da possibilidade de pagar somente R$ 50,00 + taxas pelo ingresso (o mais em conta, depende do assento e sujeito a alteração), desde que se compre com antecedência, pois o espetáculo está concorridíssimo. 

Aproveitem!

Em cartaz sextas, às 21h, sábados, às 19h e 21h30, e domingos, às 19h.

Teatro Procópio Ferreira
R. Augusta, 2823 - Jardim América
São Paulo - (11) 3083-4475
Ingresso Rápido

por ROBERTO CHRISTO


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