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** By ROBERTO CHRISTO **

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Direito de Amar (A Single Man) by Tom Ford

Há duas semanas atrás eu tive a feliz oportunidade de assistir ao primeiro filme do estilista americano Tom Ford. Fiquei impressionado com a beleza do filme. O roteiro foi uma adaptação do livro de Christopher Isherwood, uma linda estória sobre a solidão de um homem que perde o namorado em um acidente de carro. A estória é contada de maneira sutil, cheia de "entrelinhas" que demonstram o preconceito velado à homossexualidade da época e que existe até hoje. Tudo isto muito bem colocado no tom exato pelo magnífico ator, Colin Firth. É impressionante a atuação dele na cena que o personagem recebe o telefonema comunicando a morte do companheiro.

A fotografia é algo estonteador, o filme é quase todo sépia e alguns detalhes que remetem à fantasia são mostrados em cores vivas. A produção de arte é perfeita e muitas vezes me lembrou as estéticas produções publicitárias de moda.

O filme é nota 10 e vale a pena ser visto.

sábado, 1 de maio de 2010

Wilhelm von Gloeden, O Fotógrafo. Bravo!


Gloeden nasceu em Mecklenburg (Norte da Alemanha), no ano de 1856. Filho de um oficial, que morreu quando Wilhelm ainda era uma criança, Gloeden foi criado por sua mãe que se casou novamente com um político conservador e jornalista chamado Wilhelm Joachim Baron von Hammerstein. Terminado o colégio Gloeden estudou história da arte na Universidade de Rostock mas logo depois abandonou o curso para estudar pintura em Weimar.
Devido a uma tuberculose, no ano de 1878 mudou-se para a Itália com a esperança de curar-se. Se estabeleceu em Taormina , uma pequena cidade litorânea da Sicília, local em que Gloeden curou-se da tuberculose e chamou de "Paraíso na Terra". O pintor Otto Geleng que viveu em Taormina lhe falara deste lugar paradisíaco.
Maravilhado pelas paisagens sicilianas, e sobretudo pela beleza selvagem e bruta dos jovens paisanos de Taormina, ele se inicia na arte da fotografia, ajudado tanto pelos fotógrafos locais quanto por seu primo Wilhelm von (ou Guglielmo) Plüschow que viveu em Nápoles e que era também fascinado pelos corpos dos jovens italianos do Sul da Itália. Aproximadamente em 1880, Von Gloeden se torna rapidamente famoso por seus cliques de efebos cujas poses foram bastante inspiradas na arte da Antiguidade. Ela focalizava em fotografias de garotos nus em cenas bucólicas que inspiravam-se na antiguidade grega tornando-se assim um pioneiro na fotografia ao ar livre.
Ao contrário do que se pode pensar, seu trabalho não era clandestino, considerando a pesada atmosfera homofóbica da época. Muitas imagens eram publicadas em grandes revistas da época e exposições com a arte de Gloeden eram feitas, tanto que em 1899 a Sociedade Fotográfica de Berlim convidou-o para ministrar uma palestra sobre fotografia ao ar livre.
Von Gloeden pagava seus modelos, isso explica em grande parte a tolerância dos habitantes daquela região pobre da Itália em relação à sua atividade. Além disso pode-se atribuir outras causas à popularidade das fotografias entre elas destacam-se:
- Gloeden era um excelente fotógrafo.
- Ele introduziu novas técnicas na produção fotográfica, o que tornou seu trabalho uma referência na perfeição artística.
- Para aquele tempo, a retratação do nu masculino era algo novo e fora do comum.
- O tema homossexual de suas imagens era algo revolucionário para os padrões da época.
- Gloeden se valeu de temas clássicos, que denotaram grande singularidade a seu trabalho.

O número de modelos fotografados por von Gloeden é superior a 7.000 e são de sua autoria mais de 3.000 fotografias, sendo que a maioria delas não chegaram aos dias atuais. Grande parte das imagens foram perdidas depois da I Guerra Mundial, quando no ano de 1936 a polícia de Mussolini destruiu mais de 2.500 fotografias sob a alegação de que elas constituíam pornografia.
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