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** By ROBERTO CHRISTO **
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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Grande James Franco

O incrível James Franco já atuou com os mais diferentes personagens do cinema.

Além de atuar, Franco é também produtor, roteirista, autor, artista plástico e professor, além de porta-voz da marca italiana Gucci.

 Aos 35 anos de idade,  ele está envolvido, ao mesmo tempo, em seis filmes, incluindo a direção do polêmico "Leather Bar", em pós-produção, onde ele reinventa uma série de cenas de S & M gays.

Explorar personagens, que a sociedade quer deixar na obscuridade, é  uma constante  preocupação do artista.



por ROBERTO CHRISTO



sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Programa Cliquish fala com Ana Maria Saad, sobre responsabilidade social.

Ana Maria Saad para o Programa Cliquish
Nossa mente é um rádio receptor de ondas magnéticas tão extenso, que precisa ser investigado e trabalhado, por nós mesmos. Assim como você exercita seu corpo para obter uma melhor saúde física, você precisa manter a saúde mental afinada para usufruir dos pensamentos benéficos. É olhar para dentro de si!

São várias as terapias e atitudes que promovem um auto conhecimento. Algumas bem acessíveis e que devem ser citadas são terapias baseadas no relaxamento e meditação, quando é possível voltar-se para seu interior, apaziguar o psique e cultivar pensamentos adequados à sua saúde mental.

Controlar a mente é um auto conhecimento que lhe dará o dom de rejeitar ou absorver os pensamentos, criando uma estrutura interior capaz de curar você dos transtornos mentais.

Confira abaixo o papo com a empreendedora social, cineasta, roteirista e atriz Ana Maria Saad, durante o último programa Cliquish.


por ROBERTO CHRISTO



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Censo de 2011 revela aumento na discriminação das mulheres na Índia

Fonte:
The New York Times
Nilanjana S. Roy
Em Nova Déli (Índia)

Os números contam uma história velha e cruel: a eliminação sistemática das meninas na Índia. No censo de 2001, a proporção entre os sexos –o número de meninas para cada 1.000 meninos– era de 927 na faixa etária de 0 a 6 anos. Dados preliminares do censo de 2011 mostram que o desequilíbrio agravou, para 914 meninas para cada 1.000 meninos.

Os grupos de mulheres estão documentando este tipo particular de violência contra o gênero há anos. O demógrafo Ashish Bose e o economista Amartya Sen chamaram a atenção para as mulheres desaparecidas da Índia há mais de uma década. O aborto de fetos femininos aumentou à medida que a tecnologia médica tornou mais fácil a detecção do sexo do bebê ainda não nascido. Se for uma menina, as famílias frequentemente pressionam as mulheres grávidas a abortar. Testes que determinam o sexo são ilegais na Índia, mas o ultrassom e os centros para fertilização in vitro frequentemente driblam a lei, e o aborto por médico é facilmente obtido.

Algumas mulheres, como Lakshmi Rani, 30 anos, do distrito de Bhiwani, em Uttar Pradesh, foi pressionada a cometer múltiplos abortos. As três primeiras gestações de Rani foram interrompidas.

“Minha sogra me levou pessoalmente à clínica”, ela disse, de modo direto, mas mal audível. “Não foi minha decisão, mas não tive escolha. Eles não queriam meninas.”

Agora a família de seu marido a está pressionando para engravidar de novo e ela está torcendo por um menino. Apesar das campanhas do governo contra o aborto de fetos femininos, ela não acredita que terá escolha.

A história de Rani é comum por todo Uttar Pradesh, um Estado que possui uma das maiores desproporções entre os sexos na Índia. Os números do censo mostram que a razão entre mulheres e homens na faixa de 0 a 6 anos caiu de 916 em 2001 para 899 em 2011.

Em um relatório do Unicef de 2007, Alka Gupta explicou parte do problema: a discriminação contra as mulheres, já entranhada na sociedade indiana, cresceu devido aos desenvolvimentos tecnológicos que agora permitem que clínicas móveis de escolha de sexo ingressem sem controle em quase todas as aldeias ou bairros.

A Lei de Técnicas de Diagnóstico Pré-Natal e Preconceito de 1994 sofreu uma emenda em 2003, para lidar com a profissão médica –o “lado da oferta” da prática de seleção de sexo. Mas a lei tem sido mal fiscalizada.

Os motivos por trás do aborto de fetos do sexo feminino são complexos, segundo o Centro para Pesquisa Social, uma organização de pesquisa em Nova Déli. Ranjana Kumari aponta que a prática ocorre em alguns dos Estados mais prósperos –Punjab, Haryana, Déli, Uttar Pradesh– indicando que o crescimento econômico não garante uma mudança nas posturas sociais.

Ela aponta vários fatores que levam à preferência por meninos em muitas partes da Índia, especialmente no norte conservador: os filhos são uma fonte de renda para a família, as filhas se casam e ingressam em outra família e não estão mais disponíveis para cuidar de seus pais, os dotes tornam as filhas uma despesa e, nas áreas rurais, há o temor de que as mulheres que herdem terras possam transferir a propriedade para a família do marido.

Outra forma de violência contra a mulher –as mortes por dote– é igualmente bem documentada, e igualmente terrível, apesar dos indianos estarem tão acostumadas com elas que elas se tornam quase invisíveis.

Os nomes de Sunita Devi, Seetal Gupta, Shabreen Tajm e Salma Sadiq não chamam muito a atenção da maioria dos indianos, apesar de estarem todas nas notícias na semana passada por motivos semelhantes. Sunita Devi foi estrangulada em Gopiganj, Uttar Pradesh, a grávida Seetal Gupta foi encontrada inconsciente e morreu em um hospital de Déli, foi ateado fogo em Shabreen Tajm que queimou até morrer em Tarikere, Karnataka, e Salma Sadiq sofreu um aborto após ser espancada por seu marido em Bangalore.

As exigências por dotes maiores por parte da família do marido estiveram por trás de todos esses atos de violência, e são tão comuns que recebem apenas uma breve menção nos jornais. Os números do Birô Nacional para o Crime indicam que as mortes por dote aumentaram, com 8.172 em 2008, em comparação a cerca de 5.800 uma década antes.

Monobina Gupta, que pesquisa a violência doméstica para Jagori, uma organização não governamental, faz uma ligação direta entre essas mortes e o aborto de fetos femininos: “O dote faz parte do contínuo de discriminação e violência baseada em gênero, começando pelos feticídios femininos. Após a chegada da liberalização ‘econômica’ em 1992, a lista de exigências de dote se tornou ainda maior. A abertura dos mercados e a expansão da classe média alimentam o consumismo e a demanda por bens modernos. Por exemplo, estudos mostram que televisores a cores e aparelhos de home vídeo substituíram os televisores preto-e-branco, carros de luxo os Maruti 800 anteriores, aparelhos sofisticados substituíram os processadores de alimentos básicos”.

“É semelhante ao que está acontecendo com os feticídios”, ela disse. “À medida que a classe média ganha mais dinheiro, ela tem acesso à tecnologia médica mais sofisticada, tanto para assegurar o nascimento de um menino quanto para se livrar de uma menina não nascida.”

Qual é o custo de ter uma filha para uma família indiana, ou para a família do menino de abrir mão do dote? O economista T.C.A. Srinivasaraghavan estima o dote médio em torno de 10 mil rúpias, ou US$ 225. Esse número médio mascara as exigências exorbitantes de dote que costumam ser feitas pela família do noivo.

Em resposta aos resultados preliminares do censo de 2011, o governo central criou um escritório para monitorar o uso indevido de técnicas de seleção de sexo e o aborto de fetos do sexo feminino. Mas o verdadeiro progresso só virá quando mudarem as atitudes culturais em relação às mulheres. Enquanto isso, as mulheres terão que encontrar suas próprias soluções.

Em uma área nobre de escritórios de Nova Déli, Kiran Verma, 28 anos, cuidava de sua minúscula loja, um centro de fotocópias. O pai de Verma deixou a família anos atrás, e sua mãe, uma empregada doméstica, se preocupa em como cobrir o custo do casamento da filha. Mas como muitas outras mulheres urbanas atuais, Verma tem seus próprios planos. “Mais um ano e eu terei ganho meu dote”, ela disse com confiança. “Dessa forma eu terei alguma escolha em relação à família para a qual entrarei.”

Mulheres jovens que economizam seus próprios dotes não é a solução radical –a erradicação total do dote e da discriminação contra as mulheres– com a qual sonhava uma geração de feministas. Mas em seus esforços para se redefinirem como geradoras de riqueza, em vez de ônus para suas famílias, Verma e sua geração de mulheres indianas podem estar desferindo alguns golpes por conta própria contra os preconceitos que contribuem para o aborto baseado em gênero.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DRAUZIO VARELLA - Violência contra homossexuais

Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça

A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.
Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.
Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.
A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.
Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.
Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.
Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.
Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.
A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.
Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.
Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos?

sábado, 1 de maio de 2010

Wilhelm von Gloeden, O Fotógrafo. Bravo!


Gloeden nasceu em Mecklenburg (Norte da Alemanha), no ano de 1856. Filho de um oficial, que morreu quando Wilhelm ainda era uma criança, Gloeden foi criado por sua mãe que se casou novamente com um político conservador e jornalista chamado Wilhelm Joachim Baron von Hammerstein. Terminado o colégio Gloeden estudou história da arte na Universidade de Rostock mas logo depois abandonou o curso para estudar pintura em Weimar.
Devido a uma tuberculose, no ano de 1878 mudou-se para a Itália com a esperança de curar-se. Se estabeleceu em Taormina , uma pequena cidade litorânea da Sicília, local em que Gloeden curou-se da tuberculose e chamou de "Paraíso na Terra". O pintor Otto Geleng que viveu em Taormina lhe falara deste lugar paradisíaco.
Maravilhado pelas paisagens sicilianas, e sobretudo pela beleza selvagem e bruta dos jovens paisanos de Taormina, ele se inicia na arte da fotografia, ajudado tanto pelos fotógrafos locais quanto por seu primo Wilhelm von (ou Guglielmo) Plüschow que viveu em Nápoles e que era também fascinado pelos corpos dos jovens italianos do Sul da Itália. Aproximadamente em 1880, Von Gloeden se torna rapidamente famoso por seus cliques de efebos cujas poses foram bastante inspiradas na arte da Antiguidade. Ela focalizava em fotografias de garotos nus em cenas bucólicas que inspiravam-se na antiguidade grega tornando-se assim um pioneiro na fotografia ao ar livre.
Ao contrário do que se pode pensar, seu trabalho não era clandestino, considerando a pesada atmosfera homofóbica da época. Muitas imagens eram publicadas em grandes revistas da época e exposições com a arte de Gloeden eram feitas, tanto que em 1899 a Sociedade Fotográfica de Berlim convidou-o para ministrar uma palestra sobre fotografia ao ar livre.
Von Gloeden pagava seus modelos, isso explica em grande parte a tolerância dos habitantes daquela região pobre da Itália em relação à sua atividade. Além disso pode-se atribuir outras causas à popularidade das fotografias entre elas destacam-se:
- Gloeden era um excelente fotógrafo.
- Ele introduziu novas técnicas na produção fotográfica, o que tornou seu trabalho uma referência na perfeição artística.
- Para aquele tempo, a retratação do nu masculino era algo novo e fora do comum.
- O tema homossexual de suas imagens era algo revolucionário para os padrões da época.
- Gloeden se valeu de temas clássicos, que denotaram grande singularidade a seu trabalho.

O número de modelos fotografados por von Gloeden é superior a 7.000 e são de sua autoria mais de 3.000 fotografias, sendo que a maioria delas não chegaram aos dias atuais. Grande parte das imagens foram perdidas depois da I Guerra Mundial, quando no ano de 1936 a polícia de Mussolini destruiu mais de 2.500 fotografias sob a alegação de que elas constituíam pornografia.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Muito Interessante este Trabalho de Análise Mercadológica

FONTE: www.cibersociedad.net
CONFERÊNCIA POR: Denise Fernandes Britto
(Durante o IV Congresso de Ciber Sociedade 2009)


Grupo de Trabalho D-53: Cinema e produção audiviovisual
Aspectos mercadológicos do Cinema de Retomada no Brasil

Resumo
A produção fílmica no Brasil, no contexto da globalização, vivencia o chamado Cinema de Retomada, inaugurado a partir da década de 1990. Ainda que não se caracterize como um movimento, é possível identificar uma produção mais estável, amparada por investimentos financeiros. Tal cenário, todavia, não compromete as referências críticas e de identidade nacional, o que reforça ainda mais a falsa dicotomia arte x indústria. Tendo em vista esse panorama, este ensaio se propõe a estudar, de forma introdutória, as relações mercadológicas intrínsecas à produção do cinema nacional contemporâneo. Para isso, nos valemos de estudos teóricos das áreas do Cinema, da Comunicação e do Marketing.

Texto da comunicação
Introdução

Este ensaio busca identificar a dimensão mercadológica do cinema brasileiro na atualidade (a partir da década de 90), que alia características artísticas a um cenário corporativo. Portanto, nosso objeto de estudo é a produção fílmica contemporânea no Brasil, a partir da década de 1990, que marca a fase conhecida como Cinema de Retomada. Nosso olhar se dá a partir das relações de mercado intrínsecas a esta produção que mantêm preservadas importantes características estéticas e artísticas.

Adentrando em outros movimentos, percebemos que para compreender o cinema brasileiro em sua fase atual já não cabe adotar a postura da crítica ideológica, prevalecente na década de 1970, e que propunha uma falsa dicotomia de um cinema massivo alienante e uma arte de difícil compreensão.

Para nossa análise, utilizamos o método dialético de análise que nos permite, por meio de uma contraposição de informações, sintetizar novos parâmetros acerca do objeto estudado. Como este estudo se encontra em fase inicial – tendo em vista a amplitude de seu tema -, utilizamos, neste artigo, uma pesquisa bibliográfica nas áreas de Comunicação, Cinema e Marketing.

Buscamos perceber alguns aspectos das condições de produção do cinema brasileiro contemporâneo, no intuito de responder à seguinte problemática: como se dá a relação entre a indústria cinematográfica - que injeta recursos materiais – e o cinema de arte nacional, que mantém marcas autorais e forte influência artístico-literária?

Levando-se em conta a heterogeneidade típica da produção artística, iremos, no decorrer da pesquisa, nos remeter a um grupo de filmes que mantêm uma originalidade do movimento cinematográfico nacional e são sustentados por uma engrenagem corporativa. Ilustram esse cenário títulos como O auto da compadecida (2000), O coronel e o Lobisomen (2005), Lisbela e o prisioneiro (2003), Romance (2008), O Cheiro do Ralo (2007), O Primo Basílio (2007) e Meu nome não é Johnny (2008), entre outros.

Essa originalidade – referida anteriormente - pode ser traduzida em características como adaptações literárias de autores consagrados de movimentos literários; a inclusão de personagens que representem diversos grupos sociais no país; variação de temas e gêneros que vão desde a violência urbana até as comédias românticas; a utilização de novos recursos tecnológicos etc.

Portanto, torna-se indispensável a análise da atual fase do cinema brasileiro sob o ponto de vista econômico-político no intuito de entender um cinema amparado pela indústria e capaz de manter uma estética própria, que reproduza representações mais estreitas com as condições sociais e culturais do país. Nosso estudo se propõe a interpretações críticas, porém, menos maniqueístas, em que o cinema pode combinar, de forma diversificada, elementos como consciência política, inovação estética e prazer espectatorial, em um contexto de uma indústria cinematográfica que viabilize economicamente a produção de filmes. Ressalta-se, inclusive, o papel do Estado e a Lei do Audiovisual (1993) que por meio de incentivo fiscal tem atraído empresas – na sua maioria, estatais – para investir em filmes.

A arte e a economia

Essa relação entre a economia e a arte é muito antiga. O início da interferência de empresas, governos e outras instituições remonta, segundo Almeida apud Augusto (2006: 459) a um período bem anterior, datado “ao final da era antes de Cristo, na Roma dos Augustos, quando a expressão mecenato tomou corpo como referência às atividades desenvolvidas por Caius Cilnius Maecenas […] que foi um grande articulador de uma política de relacionamento entre o governo e os pensadores, filósofos e artistas, utilizando-se desses últimos o prestígio e a aceitação […]”.

Ainda segundo o autor, “Mecenas arquiteta um dos mais sutis e eficientes sistemas de legitimação do poder da história” (Almeida apud AUGUSTO, 2006: 459).

Outro momento marcante par o mecenato foi o Renascimento na Europa (entre os séculos XV e XVII), em que artistas eram patrocinados por particulares que o sustentavam em troca de sua produção artística. Não é à toa que o período ganhou força e é até hoje reconhecido na História da Arte, com a valorização de nomes e obras consagradas.

Teóricos de áreas como a Comunicação, a Cultura e a Sociologia têm debatido a produção cultural e artística no contexto da economia de mercado. No capitalismo comercial, surgiu a primeira expressão artística burguesa: o folhetim. Tratava-se de uma arte de consumo, cujos capítulos eram publicados nos jornais, comprados periodicamente por um público com poder de consumo, que se deleitava com a fórmula definida pelo autor Wilkie Collins: “Faça-os rir, faça-os chorar, faça-os esperar”.

Curiosamente, o folhetim, mesmo tendo um aspecto marcadamente comercial, consistia em uma importante manifestação literária, de nomes consagrados, cujos traços autorais bem como a liberdade de conteúdo eram preservados (uma vez que quase todos tratavam de amenidades líricas do Romantismo).

Atualmente, diversos produtos midiáticos dispõem de fórmulas semelhantes. As novelas, legítimas descendentes do folhetim, também seguem um ritmo gradual que prende a atenção e atende aos anseios de milhares de telespectadores. A própria literatura é influenciada pela visão burguesa e, hoje, livros de “fácil digestão”, como Sabrina, Harry Potter, Crepúsculo e até os títulos de auto-ajuda compõem o topo do ranking dos mais vendidos. Os filmes comerciais – vide a indústria do cinema norte-americana – também são produtos acessíveis à grande massa.

Nas Teorias da Comunicação, autores divergem ao longo do tempo a respeito da interferência econômica na arte. Em sua obra (1992), Eco sintetiza a discussão entre os apocalípticos e integrados.

Os apocalípticos são estudiosos que criticam duramente os grandes meios de comunicação e o interesse econômico das multinacionais na cultura. Nesse panorama, enquadra-se notoriamente a Escola de Frankfurt após a Segunda Guerra Mundial. Tal movimento cunhou, inclusive, o termo “indústria cultural” para evidenciar a produção em série da bens simbólicos, o que transformou a cultura em mercadoria. “Nas sociedades capitalistas avançadas […] a população é mobilizada a se engajar nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social através do consumo estético massificados, articulado pela indústria cultural” (RÜDGER, 2001: 133).

Na outra ponta da discussão, encontram-se os integrados, cuja visão teórica alia de modo mais harmonioso a produção cultural voltada à massa, sustentada por grandes grupos empresariais. Nesse sentido, destacamos os autores da Escola Europeia, do qual o próprio Eco faz parte e que encontra autores como Edgar Morin e Roland Barthes. Sem deixar a crítica de lado, esses pesquisadores enxergam os produtos da cultura de massa como algo necessário à vida humana.

As divergências teóricas se estendem para outros aspectos – não menos importantes: “Os estudos culturais, o pós-modernismo e o culturalismo da Escola de Frankfurt rivalizam entre si com a teoria da posição-subjetiva, oferecendo explicações do conhecimento e da ção que são igualmente fundacionais” (BORDWELL, 2004: 36)

O Cinema de Retomada

Trazendo essa discussão teórica para o cinema no Brasil, percebemos desde a década de 1990 uma produção nacional cinematográfica diferente da experimentada em fases anteriores, que inaugura a retomada do público às salas de cinema para prestigiar a produção nacional sem, contudo, esbarrar necessariamente nas fórmulas hollywoodianas, do antigo studio system na qual toda a produção estava atrelada às empresas patrocinadoras que interferiam no roteiro dos filmes, na escolha do elenco e de cenários. Ao mesmo tempo a produção brasileira vem amparada por grandes empresas, nacionais e multinacionais, que se unem estrategicamente para lançar um filme. Os meios de comunicação, inclusive, têm denominado essa fase como uma “retomada do cinema brasileiro”, dando-se a partir de filmes como Carlota Joaquina, a princesa do Brasil (1995), Central do Brasil (1998) e O que é isso Companheiro (1997). O interesse crescente do público continuou com obras como O Bicho de Sete Cabeças (2001), Abril despedaçado (2001), Cidade de Deus (2002), Carandiru (2003) e Tropa de Elite (2007), além dos títulos já citados neste artigo.

As especificidades dessa nova época no cinema se dão ainda mais claramente quando estudamos fases anteriores da produção fílmica no Brasil. No Cinema Novo, por exemplo, Glauber Rocha fundamenta sua obra na “estética da fome”, tendo a fome como metáfora e metonímia, isto é, não só como tema, mas também como uma referência às condições materiais de produção de suas obras. Hoje, o cinema brasileiro no grande circuito está distante desse movimento, mas é capaz de manter raízes estéticas que o liguem a uma tendência única, diversificada e original, privilegiando representações próprias da cultura brasileira.

Valendo-se dessa justaposição os filmes brasileiros também passaram a ganhar mais espaço nas salas de cinema, bem como em outros pontos de distribuição (TV paga, locadoras e até eventos tais como mostras e festivais de cinema). Ganhando força junto ao público, o cinema no Brasil aproxima-se do panorama que temos na televisão (com novelas, programas de auditório, programas jornalísticos) e na música (em que existe uma forte presença de ritmos brasileiros). Com isso, o Brasil abandona a perspectiva, já equivocada, de um “Terceiro Mundo” incapaz de produzir filmes e receptor passivo frente a uma onda exclusivamente dominada pelo mercado produtor norte-americano. A produção do “Terceiro Mundo”, na qual se enquadra o Brasil, não pode ser considerado marginal em relação à indústria de cinema do “Primeiro Mundo”. Ao contrário, tem produção significativa no cenário global.

Foi a partir de observações preliminares que notamos uma interessante característica na produção fílmica contemporânea no Brasil. Grandes empresas como a Globo Filmes e até multinacionais passaram a investir na produção e distribuição de filmes que tivessem um rigor e padrão de produção mais próximas do cinema de Hollywood em termos de rotina produtiva e tecnologia. Mesmo com o suporte dessas empresas, parte importante e considerável do cinema nacional não está necessariamente atrelada à fórmula hollywoodiana, com efeitos, roteiros e temas americanizados. Ou seja, não existe uma pressão explícita do mercado sobre o autor/diretor/produtor a ponto de comprometer a essência de sua obra.

A atual referência do cinema como negócio é, sem dúvida nenhuma, Hollywood, que trabalha aspectos mercadológicos e psicanalíticos em suas obras a fim de obter resultados financeiros e de público. Nesse contexto, existem “duas ‘máquinas’ em operação no interior da instituição cinematográfica: a primeira, o cinema como indústria, produzindo commodities cuja venda na forma de ingressos oferecia o retorno do investimento; a segunda, a máquina mental, internalizada pelos espectadores e que as adota para o consumo de filmes como ‘bons objetos’ prazerosos. Uma das economias, que envolve a geração do lucro, está intimamente ligada à outra, que envolve a circulação do prazer […]” (METZ apud STAM 2003: 190).

Destaca-se que os países como o Brasil têm procurado alternativas para produzir filmes de maneira competitiva – ainda que isso se restrinja em boa parte ao seu mercado interno. Soma-se a isso o advento de novas tecnologias e meios de comunicação como a internet. “[…] Ao longo do seu primeiro século de luzes, o cinema nunca teve contestado o seu cerimonial. Muitos de nós são internautas, navegam neste mundo de computadores, perseguindo pixels, em busca das novas imagens do futuro. Mas ainda não nasceu a geração que vai prescindir do cerimonial do cinema” (MERTEN, 2003:10).

A seguir, veremos os caminhos trilhados atualmente pela produção cinematográfica nacional.

O cinema e o marketing cultural

Conforme Augusto (p. 457), no Brasil é crescente a atenção das empresas às manifestações culturais como forma de diferenciação competitiva, o que implica em um “posicionamento favorável da marca perante a sociedade e, consequentemente, perante o consumidor. Esse apoio dado à cultura pela iniciativa privada foi denominado de marketing cultural” (AUGUSTO, 2006: 457).

Nesse cenário em que as empresas se mobilizam para, de alguma forma, fomentar as expressões artísticas e culturais, dá-se a soma de importantes atores sociais nesse processo, a saber: o artista, o produtor, o ator, o agente e outras pessoas envolvidas na produção de uma peça teatral, de um filme, de um vídeo, de um evento cultural.

Para Manet apud Augusto (p.548), “cultura é informação, conhecimento e exercício de valores sociais, hábitos e normas consagradas por práticas que identificam o modo de vida de uma comunidade vinculada a valores dominantes ou desejáveis”.

“Como o público tem diminuído, e a pressão sobre os produtores para competirem por esse público reduzido aumentou, houve muitas mudanças nas práticas da indústria cinematográfica”(TURNER,1997: p.15). Nesse sentido, o autor nos explica que “[…] a indústria tem sido cautelosa ao escolher projetos para patrocinar” (p.15).

No Brasil, a alternativa mais recente e que já surtiu resultados substanciais foram as leis de incentivo cultural, as quais têm atraído o interesse de empresas públicas e privadas (Petrobrás, Vale, Odebrecht, do ramo de telefonia celular e telecomunicações etc).

Vale a ressalva de que o modelo das leis – em âmbito federal, estadual e municipal – tem recebido críticas dos estudiosos da área de cinema.

Outro aspecto é o forte movimento de marketing cultural que as leis provocaram na cultura organizacional das empresas patrocinadoras. “[…] Entende-se que a participação da iniciativa privada, no que tange às doações ou mesmo ao patrocínio, é vista como estratégia na busca de melhorar o contexto competitivo da organização […]. Ou seja, utilizar a filantropia estratégica significa alinhar as metas sociais e econômicas, melhorando as perspectivas comerciais de longo prazo da empresa” (AUGUSTO, 2006: 462)

Considerações finais

O cinema nacional tem se valido de recursos originais e também artísticos mantendo uma estética diferenciada. Em outras palavras, tem se apoiado em dois pilares: arte e indústria, obtendo resultados que quebram a falsa dicotomia entre arte de massa alienante e arte vanguardista de acesso restrito. O cinema brasileiro parece propor uma reconciliação entre o apelo popular (sucesso comercial) e a crítica social, como em filmes supracitados.

Entendemos uma justaposição, não-maniqueísta, desses dois eixos, com uma produção fílmica contemporânea no Brasil de caráter conciliador, que aglutina elementos culturais e econômicos, sem se isolar em uma arte vanguardista de difícil acesso ou uma arte de massa alienante. Como resultado, vemos inaugurada uma nova fase fílmica no Brasil, sem caráter coletivo ou uma estética definida, mas que garante um florescimento de obras significativas e de grande repercussão.

Atualmente, o cinema brasileiro não propõe uma ruptura com a estética hollywoodiana, mas, ao mesmo tempo, não deixa de absorver valores nacionais às suas narrativas. Trata-se de um cinema capaz de reconhecer e levar em consideração os desejos do espectador, evitando um hermetismo que, sob o pretexto do engajamento social, fecha-se em uma linguagem inacessível e um tratamento pouco atraente, que anulam o prazer do espectador. Em outras palavras, é possível estimular o questionamento sem anular o viés prazeroso de assistir a um filme.

Sendo assim, compreendemos o cinema como um meio globalizado tanto em termos estéticos, quanto de autoria e de distribuição, um cinema capaz de combinar criatividade autoral, popularidade de massa, literatura nacional e rotina produtiva cinematográfica.

sábado, 20 de março de 2010

Vejam que legal o que o Zé Geraldo Couto postou no blog

19/03/2010

Como destruir um filme

Se eu aprendi alguma coisa nesses anos todos de crítica de cinema, foi que, para quem escreve, é muito mais fácil destruir um filme do que tentar desvendá-lo aos olhos do leitor/espectador ou, como queria André Bazin, "prolongar o máximo possível, na inteligência e na sensibilidade dos que o lêem, o impacto da obra de arte".

Ah, demolir é tão mais tentador. É ali que o soi disant crítico pode não apenas destilar o seu fel como exibir o seu talento para o sarcasmo e a tirada espirituosa. Geralmente em frases curtas, sentenciosas, definitivas. Em alguns casos, sou obrigado a admitir, o resultado é irresistível.

Como no exemplo máximo de concisão e crueldade atingido por Pierre Ajame, no L'Observateur: "Esperávamos o pior, e é pior". Ou na crítica imaginada por Jorge Luis Borges na Arte de injuriar: "Um encanto o último filme do engenhoso diretor René Clair. Quando nos despertaram..."

Nem sempre as críticas demolidoras têm essa finesse. No mais das vezes limitam-se a elencar adjetivos brutais e piadas um tanto óbvias. Outra coisa que aprendi: quanto menos argumentos se tem, mais virulenta é a linguagem.

Atribuir intenções

Uma das estratégias mais usadas para destruir um filme é atribuir a seu diretor intenções que ele teria deixado de realizar. Exemplo recente: pouco importa que Michael Hanecke tenha dito mil vezes que não pretendeu descrever a gênese do nazismo em A Fita Branca. Vira e mexe, um crítico o condena por ter explicado de maneira pouco consistente ou convincente... a gênese do nazismo.

Outro recurso infalível é a comparação desvantajosa com outro filme que trate de tema correlato ou que lance mão de algum procedimento estético parecido. Como se toda narrativa descontínua, por exemplo, quisesse emular o Cidadão Kane ou todo drama num espaço fechado tivesse que se igualar a um Bergman.

Disposição prévia

Há sempre como iluminar os aspectos da obra que, isolados do conjunto, corroboram a visão negativa.

Para ilustrar melhor o que quero dizer, não resisto à tentação de transcrever um trecho de um artigo que publiquei na Folha há 16 anos, no curso de uma polêmica um tanto acalorada com Marcelo Coelho, de quem sou admirador, a propósito de Manoel de Barros. Lá vai:

Vista ao microscópio e sem um mínimo de generosidade, toda grande literatura, toda grande obra, tem em seu interior passagens "amadorísticas", "filosofias triviais", "banalidades". Por que escapa de ser considerada uma platitude uma frase como "Viver é muito perigoso", reiterada inúmeras vezes ao longo de "Grande Sertão: Veredas"? Porque, dirá um estudioso, é como um mero tijolo numa catedral, um motivo recorrente numa sinfonia etc.

Mas o fato é que um crítico azedo, quando o livro foi lançado, poderia ter-se prendido a frases como essa para dizer que Rosa não passava de um tapeador –como, aliás, muita gente achava e alguns continuam achando. O mesmo vale para os famosos primeiros versos de "Os Lusíadas", de Camões, com a repetição insistente da rima "pobre" de verbos no particípio: "assinalados/ navegados/ esforçados" etc.


O que quero dizer é que a avaliação de uma obra depende muito da disposição prévia do crítico. Se ele quiser destruí-la, nada o impedirá de fazê-lo –nem mesmo a qualidade da obra em questão. Tomemos o "Hamlet" (de Shakespeare, não o do Zé Celso). O crítico poderia escrever:


"Um texto confuso, em que não se sabe se o protagonista é louco de verdade ou se finge sê-lo, e cujos buracos na trama são preenchidos por longos e tediosos monólogos em que despontam frases idiotas como 'Ser ou não ser, eis a questão' ou 'Há mais coisas entre o céu e a Terra do que sonha sua filosofia'. Em certos momentos, para fazer avançar a ação, o autor chega a apelar ao artifício fácil de fazer aparecer um fantasma. Aparentemente sem saber que desfecho dar a seu estapafúrdio enredo, o autor coroa tudo com um dos finais mais ridículos da história do teatro, em que morre literalmente todo mundo, uns envenenados, outros feridos à espada. Em suma, o tipo do espetáculo que deve agradar uma classe média ociosa que nunca ouviu falar em Corneille e Racine."

Fim da autocitação. Desculpem se me estendi, mas acho que o assunto merece.

FONTE: http://blogdozegeraldocouto.folha.blog.uol.com.br

sexta-feira, 19 de março de 2010

"Andy Warhol, Mr. America" (São Paulo)


Após passagem pelo Malba (Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), chega à capital paulista mostra com cerca de 170 obras do norte-americano Andy Warhol, um dos mais importantes e influentes nomes da arte pop. Com curadoria de Philip Larratt-Smith, a exposição apresenta trabalhos que exploram temas relativos à política e à cultura popular dos Estados Unidos, além de filmes produzidos pelo artista em seu próprio estúdio, "The Factory". A abertura acontece no sábado (20), a partir das 12h, e o evento segue em cartaz até o dia 23 de maio de 2010. Onde: Estação Pinacoteca (lgo. General Osório, 66, Centro, São Paulo-SP; de terça a domingo, das 10h às 18h). Quanto: R$ 3 a R$ 6 (sábado, grátis). Inf.: 0/xx/11/3335-4990.

Fotos de Helmut Newton


Helmut Newton, o Grande Fotógrafo

FONTE: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Helmut Newton (Berlim, 31 de outubro de 1920 — Los Angeles, 23 de janeiro de 2004), nascido Helmut Neustädter, foi um fotógrafo de moda alemão, naturalizado australiano, famoso por seus estudos de nus femininos.
Filho de um fabricante de botões judeu-alemão e de uma americana, desde muito jovem interessou-se por fotografia, tendo trabalhado para a fotógrafa alemã Yva (Else Neulander Simon).
Fugiu da Alemanha em 1938 para escapar à perseguição nazista aos judeus; trabalhou por algum tempo em Cingapura, como fotógrafo da Straits Times, antes de se estabelecer em Melbourne, Austrália.
Ao chegar à Austrália, ficou internado em um campo de concentração, assim como muitos outros "estrangeiros inimigos". Posteriormente serviu ao exército australiano como motorista de caminhão, durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1946 instalou um estúdio fotográfico no qual trabalhou principalmente com moda, nos afluentes anos pós-guerra. Pouco tempo depois tornou-se cidadão australiano.
Nos anos seguintes viveu em Londres e Paris, e trabalhou para a Vogue francesa.
Criou um estilo muito particular de fotografia, marcado pelo erotismo, freqüentemente com alusões sado-masoquistas e fetichistas. Sua notoriedade aumentou nos anos 1980 com a série "Big Nudes".
Passou os últimos anos de sua vida em Monte Carlo e Los Angeles. Morreu em um acidente de automóvel na Califórnia. Suas cinzas foram enterradas em Berlim, Alemanha.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Direção de Arte: Olha Que Artigo (por Inez Oliveira) Super Interessante!!!

No mercado de produção cinematográfica, agência de publicidade, TV e editorial de revista e livros, existe a função de diretor de arte. Apesar do título ser o mesmo, essas funções tem algumas diferenças. Todas coexistem com a missão de criar mensagens visuais, uma conexão com o público que vê. As construções visuais estáticas ou em movimento criam um canal de comunicação e quem vê, lê, sente, se emociona, se reconhece, associa fatos da memória, imagina, sonha e crê.

Os elementos são criados e compostos para transcender a razão, ela entra no inconsciente de cada indivíduo e encontra um repertório único com repostas únicas. Os arquétipos agem diferentemente na memória privada, numa hierarquia de valores em vários níveis de associações subjetivas e cognitivas. Criar imagens que despertem esses sentimentos e significados é a função do diretor de arte. Uma composição visual projetual que será transformada em linguagem metafórica e arquetípica, criando uma relação de substituição dos significados reais. A meu ver todas as linhas profissionais acima citadas podem ser exercidas por um designer mas, irei me aprofundar na direção de arte na comunicação visual em movimento, o cinema e suas variáveis.
No Brasil a direção de arte começou a ser exercida “comme il faut“ a partir dos anos 80. Até então as cenas de um filme eram concebidas quase totalmente pelo diretor. Era nele que convergiam os olhares dos profissionais das várias funções, ele era o grande maestro. O fotógrafo, ainda em alguns casos, fazia parte da direção e era o profissional mais próximo na concepção das cenas.
O cenógrafo fazia o cenário, o figurinista o figurino, o maquiador, o decorador de set, o continuista, faziam cada um a sua parte independentemente. A figura do diretor de arte não existia como ela é hoje. O cinema no Brasil tinha uma estética bem cuidada e os documentos da história do cinema confirmam esse fato em imagens belíssimas.
Mas ainda era uma forma de trabalho intuitiva, na tentativa de representação teatral do real. Boas concepções de roteiro em tentativas e erros, muita paixão, experimentação e pouquíssimos recursos numa atividade chegada em atraso em relação ao resto do mundo. Uma trajetória sofrida dos persistentes realizadores e que tinham o público fiel nas cidades longe dos centros urbanos. Nas grandes capitais a indústria internacional já chegara e a comparação era inevitável e cruel. No Brasil o cinema era apenas um comércio.
Muitos anos se passaram na tentativa de tornar o cinema brasileiro uma indústria e hoje nossa produção vem rompendo as barreiras das fronteiras internacionais. Hoje se aprende a fazer cinema. Temos quase todas as possiblidades técnicas disponíveis, e realizadores talentosos que mostram seu aprendizado. A direção de arte naturalmente se desenvolveu neste contexto e o papel exercido por ele, em nível de importância numa equipe, é fundamental para a direção do filme. Ele é o olhar central do diretor, ele concebe o espaço cênico, comandando uma equipe enorme de profissionais ligados à comunicação visual. Esse profissional é o braço direito do diretor na construção imagética e conceitual do filme como um todo. Em alguns casos com maior importância até que o diretor de cena. Ele concebe o espaço, o tempo, a história, a linguagem estética e a composição dos elementos visuais e metafóricos. Ele cria e concebe um estilo harmônico, crível, emocional.
Embala as personagens em suas personalidades e particularidades humanas. Ele exerce o papel de reconstrutor de uma antropologia comportamental que dá suporte aos atores na construção das personagens. Um filme com uma direção de arte primorosa, envolve quem vê numa atmosfera de confiabilidade, numa realidade vivida no tempo de duração do filme. Tudo deve estar em harmonia, a história, o roteiro, a direção, as personagens, a direção de arte, a luz, a fotografia, os atores, a montagem e o som. Quando essa harmonia é quebrada gera o desconforto. Comumente ouvimos os críticos dizerem : A história é ótima mas o ator na personagem X não estava convincente, ou mesmo, a fotografia é lindíssima mas, a direção é isso ou aquilo. Isso acontece exatamente pelo desequilíbrio harmônico. Muitas vezes acerta-se e outra pode-se errar. Mas a arte em qualquer manifestação passa a existir quando é vista, contemplada, lida, ouvida, sentida. A arte precisa dos olhares. Muitas cabeças, muitas histórias, lembranças. Conexões e curto circuitos da energia de emoções interiores de cada ser humano.O cinema é hoje o segundo maior divertimento ( a primeira ainda é a TV) e a segunda mais barata.No cinema a sensação de estar vivendo e fazendo parte da vida daquela história contada, é real. É sentida assim. É concebida para ser desta forma.
A arte é uma manifestação mental, uma reinterpretação das coisas sob o ponto de vista do artista e como ele se manifestou naquele segundo da criação. Dados os estímulos visuais externos, a mente e todas as combinações internas processadas resultarão em formas próprias de composição desses estímulos. O artista ao devolver sua concepção numa criação, apropria-se de técnicas e recria formas para transformá-las em linguagens novas. É um avançar contínuo, algo em movimento.
O diretor de arte antes de tudo deve ser um grande investigador do mundo, das culturas, das histórias, da tecnologia e mesmo do imaginário humano.Ele terá a missão de compor nas entrelinhas uma comunicação visual imprescindível na composição de significados, atingindo com exatidão a informação desejada pela história que está sendo contada.Todo esse conhecimento será importantíssimo para se transmitir e atingir o receptor . O conhecimento da antropologia, sociologia, comportamento de um grupo social atual ou histórico devem concluir, tornar-se real. É claro que o público entenderá a mensagem conforme sua cultura mas, ela pode estar sendo direcionada á ser apreendida.
O cinema é um meio de comunicação que leva ao espectador universos diversos de culturas, é a grande fascinação dessa arte. Uma linguagem de imagens universais que mesmo sendo um pouco mais limitada que a linguagem falada, consegue contar histórias numa língua universal, a visual. Não são só as imagens que fazem a comunicação, o comportamento das personagens , a forma de se vestir, a ordem ou a desordem do ambiente, a maneira como uma personagem se utiliza e atua com os objetos num conjunto de vários elementos materiais, suas cores , suportes, luz e ambientações que conduzirão aos significados à compreensão desejada. Esses signos existem já estabelecidos no contexto de significações mas, precisam ser bem considerados e bem adequados para que sejam captados e compreendidos. As formas de percepção visual vem sendo estudada em psicologia, em filosofia, antropologia, sociologia e essa percepção é flexível diante da evolução dos meios de comunicação e a ampliação dos signos e seu valor intrínseco. O receptor da mensagem exercita constantemente a descoberta, o que está embutido na estrutura da composição visual. O construtor desse conjunto visual é o diretor de arte, um manipulador das interpretações ambíguas e um provocador de um despertar da mente à leituras próprias de quem vê.O diretor de arte de um filme portanto é um articulador de componentes visuais coerentes à história, criando o surpreendente, além do esperado. Encantar , envolver , deixar o espectador livre para participar daquele momento de realidade que de tão crível entra na mente como memória apropriada.
Por isso a profissão de diretor de arte de cinema pode ser exercida por um designer. A meu ver, há um limite tênue entre construção do real imaginário e a construção de imagens ou formas a serem desejadas. Esse recriar realidades ou mesmo criar as ficções do futuro, passam pela construção de mitos, necessários para o equilíbrio das idéias. Tecnicamente o profissional em questão (diretor de arte de cinema), deve ser alguém sensível, culto, um estudioso constante de todos os aspectos visuais, históricos, político-sociais, econômicos-sociais e seus valores particulares na composição de um conceito pretendido pela obra. Um artista que cria, compõe, rege, sente, intui e transforma. Comanda junto ao diretor, fotógrafo, roteirista o real construído que inicia pela a escolha do casting, e vai tecendo um fio condutor através dos operários visuais: desenhista de story board, maquiador, cabeleireiro, figurinista, costureiro, alfaiate, artesão, joalheiro, cenógrafo, paisagista, cenotécnico, aderecista, location man, técnico em efeitos especiais físicos, técnico em efeitos especiais em computação gráfica, caracterizadores, continuistas, decoradores de set, produtores de objetos, pesquisador de época, pintor de arte, escultore, designer gráfico.
Copyright (C) 2004,2005 Inez Oliveira
A cópia fiel e distribuição deste artigo em sua totalidade é permitida em todo o mundo, sem royalties, em qualquer meio, desde que esta nota seja preservada.

domingo, 27 de setembro de 2009

Meu Conselho de Cidadão: Vamos Manter Um Estado Laico

Tudo que incita violencia, desentendimento e guerra é contra os direitos humanos. Religião não pode fazer parte de política. Aqueles que não respeitam esta regra devem aprender a guardar os seus credos para si próprios, não usarem a política para manipular interesses pessoais. Aprendam a respeitar o próximo e párem de enganar as pessoas.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Karim Aïnouz no Festival de Veneza

O longa inédito, "Viajo Por Que Preciso, Volto Porque te Amo", do premiado diretor Karim Aïnouz e também de Marcelo Gomes, foi selecionado para a mostra paralela, Horizontes, do Festival de Veneza. Parabéns aos diretores e esperamos, ansiosos, o lançamento do filme por aqui.

sábado, 25 de julho de 2009

O Rio Será Cenário de Filme do Woody Allen

Assim como fez em Barcelona, o grande diretor americano, Woody Allen, deve filmar no Rio de Janeiro mais uma de suas produções. Com certeza, a produção do filme vai demandar mão de obra nacional, o que será uma ótima oportunidade para as produtoras nacionais. Vou atrás de mais informações a respeito.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

BRUNO BARRETO FALA SOBRE CINEMA NACIONAL

O Brasil produz demais para o mercado de exibição que tem. Não precisamos de mais filmes, mas de mais salas", diz o cineasta. A proporção produção e exibição está errada. Está na hora de parar de dar incentivo para produção e passar para a exibição. O que o governo Lula está esperando para fazer as salas populares? Precisamos de salas que cobram R$8 o bilhete do filme e não R$ 24.
A pirataria é demanda reprimida. Há pesquisas que comprovam que o as pessoas preferem as experiências coletivas. O mercado de filmes de língua estrangeira é muito complicado. O mundo inteiro quer ver filme local e americano. O único cinema internacional é o americano. São raras as exceções.


A afirmação em parte procede e em parte é SEM NOÇÃO. Não podemos parar de incentivar produções, talvez seja a hora de incentivar produções digitais e investir na construção de salas de projeção digital nas pequenas cidades por este gigantesco Brasil. Acredito ser uma saída que a longo prazo pode reduzir os custos de produção e exibição.

Para criar uma demanda, um público, é preciso criar a cultura do cinema, criar o hábito do brasileiro em assistir filmes. Independente da origem do filme, o espectador deve criar o amor pelo conteúdo artístico, informativo, educacional.

Aliado ao hábito cultural, o governo precisa incentivar a criação de salas de projeção populares, espaços nas escolas para projeção digital, a fim de baixar o custo do ingresso.
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