Alfredo Romero por Daniel Bracci |
"A intenção é destacar a paz entre todos os venezuelanos, não importa de que quadrante político, já que a deterioração da liberdade de expressão afeta a todos", disse o fotógrafo.
Ao lermos tal afirmação nos damos conta que não só os venezuelanos, mas
todos nós vivemos prisioneiros de um sistema criado pela má
interpretação das filosofias do desenvolvimento humano e social. Vivemos
um momento que nos sentimos amordaçados, impotentes e sufocados, de
maneira velada.
Ser um defensor das ideias de liberdade, igualdade e justiça é salutar,
quando o homem não desvirtua tais filosofias para usufruto próprio e
acaba por botar em prática o exercício oposto destes pensamentos, e é
claro, em detrimento da dignidade humana. É totalmente injusto quando as figuras passam ocupar lados opostos!
Como aconteceu com a humilde costureira venezuelana, Marvinia Jiménez,
que decidiu protestar, pacificamente, batendo panelas em frente a
Guardia del Pueblo, contra o governo de Nicolás Maduro e foi
(covardemente) espancada e presa por praticar "atos golpistas".
Veja as imagens:
Ou como acontece ao sermos traídos e pagarmos pela nossa atitude de
deixar qualquer preconceito pessoal de lado! Afinal fomos educados a não
julgar pelas aparências.
Ou quando a estampa do indivíduo, culturalmente o absolve de qualquer
crime por tratá-lo como o coitadinho da sociedade injusta e o mesmo
segue dando golpes e rasteiras naqueles, cujo rótulo de "bem nascido"
acaba por lhe outorgar um título de "vilão".
Ou quando alguém nos rouba, deliberadamente, e mesmo com a condenação de
justiça, sai ileso do pagamento, pois não tem condições financeiras
para pagar. Enquanto isso, precisamos dar um jeito de arcar com nossos
impostos, pois ainda que não tenhamos condições, em um dado momento, é
uma obrigação do cidadão de bem.
Em meio ao desconforto gerado pelo roubo de nossos direitos, muitos se apegam às filosofias religiosas, assim se mantêm ingênuos e
complacentes quando imaginam que todo mundo é benevolente, ou que é
necessário agirmos com compaixão. Mas todos se enganam, pois estamos
contribuindo para o eterno estado de vitimismo que legitima os atos
hediondos dos déspotas, vândalos, estelionatários ou qualquer um que se
julgue no direito de ter mais direito que os outros. E quem paga o pato
são aqueles que ficaram vulneráveis devido a suas virtudes positivas de
boas intenções e confiança no próximo. "Pagar o pato", mais uma
expressão repugnante dos homens (A expressão deriva de um antigo jogo
praticado em Portugal. Amarrava-se um pato a um poste e o jogador, a
cavalo, deveria passar rapidamente e arrancá-lo de uma só vez do poste.
Quem perdia pagava pelo animal sacrificado, sendo assim passou-se a
empregar a expressão para representar situações onde se paga por algo
sem obter um benefício em troca).
Temos insistido, após dissabores da vida, em darmos novas chances na
esperança de encontrar um ser humano melhor, porém nos deparamos com a
decepção.
Estamos sempre nos perguntando: "Quem será o próximo a nos dar um golpe?", ainda que sob o eufemismo (sign. Eufemismo é uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão)
das expressões populares: "Gato escaldado tem medo de água fria"... Eufemismo ou crueldade humana? Imaginem o ato de escaldar um gato! Prefiro nem pensar numa atrocidade assim, já basta a dureza do nosso dia a dia dentro de uma realidade que urge mudar para melhor.
por ROBERTO CHRISTO
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