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** By ROBERTO CHRISTO **

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CAIS ou da Indiferença das embarcações

CAIS ou da Indiferença das embarcações é o novo espetáculo de "A Velha Companhia" de Alejandra Sampaio, Kiko Marques e Virginia Buckowski. A obra será encenado na sala subterrânea do Instituto Capobianco, um casarão do século XIX, situada na Rua Álvaro de Carvalho, 97. Esse lugar portador de sua história, habitado por seu passado, emprestará sua força natural ao universo e personagens da Ilha Grande que inspiraram a obra.

 O CAIS ou DA INDIFERENÇA DAS EMBARCAÇÕES conta a história de três gerações de uma mesma família moradora de uma Ilha, através da sua relação com o cais do lugar e com as vinte e quatro horas que antecedem a festa de reveillon. Dividida em cinco quadros, cada um deles aborda as relações que envolvem direta ou indiretamente um membro dessa família e narra os acontecimentos ocorridos nas vinte e quatro horas que antecedem esse rito de passagem. No entanto, há no espetáculo uma suspensão da cronologia histórica dos acontecimentos. O reveillon passa a ser uma data mítica, não concreta, que concentra os acontecimentos capitais de vários momentos da vida dos nossos personagens. A escolha dessa data se deve ao fato dela ser uma data de reflexão, onde ritualmente damos adeus ao ano que se vai, junto com todas as ações que não queríamos ter cometido, mas que cometemos e damos as boas vindas a um novo ano, no qual projetamos todas as nossas esperanças de mudança. A partir desse entendimento do rito, organizamos os acontecimentos dentro de cada quadro por uma ordem subjetiva dos personagens principais. Todos vivem dentro dessas vinte e quatro horas, acontecimentos de toda a sua vida, sempre começando por aquelas que não gostariam de ter cometido e terminando com o momento de profunda esperança quando a contagem regressiva anuncia o nascimento de um ano ainda virgem das suas imperfeições.

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