Na própria Al. Santos, corri até a um barbeiro, coisa rara nos Jardins. Abri uma porta de vidro, entrei naquele recinto com paredes verde-água, belas e antigas cadeiras de barbeiro, um público 100% masculino composto por todos os tipos possíveis e imagináveis (jovens, senhores, executivos, michês, motoboys...). Como estava lotado, logo me sentei em um banco em meio a jornais e revistas e perguntei ao jovem que cortava o cabelo de um cliente à frente: - Vocês fazem barba aqui?
Com uma resposta positiva e sorridente resolvi ler algo para passar o tempo e esperar minha vez. Abri uma revista Playboy da bela Bárbara Borges e comecei a folheá-la na ansiedade de checar as fotos sensuais da atriz, mas logo fui interrompido por um senhor de uns 80 anos que me convidou a sentar a fim de ter minha barba feita. Eu segui as instruções do "meu tio" e durante os 20 minutos que esta operação, feita aos modos antigos, durou, eu tive um "brain storm" enquanto ator, roteirista, produtor de arte e fotografia.
O ambiente, a experiência, a figura do senhor e outros detalhes me trouxeram inspirações surpreendentes e com certeza me fizeram crescer tanto profissionalmente, quanto como um ser sensível. Enfim, é inacreditável como a moderna cidade de São Paulo é diversa o bastante para continuar a inspirar poetas, cineastas, atores ou simples sensíveis de plantão. Eu realmente amo esta cidade, eu amo São Paulo.
Por Roberto Christo
Um comentário:
meu tio...rs essa pegou.
abs
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