Eu hoje, enquanto analisava um sonho recorrente, cheguei à conclusão que a evolução da palavra trouxe também a evolução do autoconhecimento.
Voltando ao sonho. Eu costumo sonhar, em forma de um pesadelo, que fui reprovado na escola e preciso voltar às salas de aula; isto significa um momento de sufoco que me faz acordar com falta de ar e leva alguns segundos, para felizmente, eu me dar conta que a realidade é outra. Agora, por que algo tão simples pode me causar tanto mal estar? Talvez, há alguns anos atrás, eu não encontrasse uma resposta em forma de palavra que o justificasse; hoje em dia os estudiosos se dedicam a pesquisar assuntos que antigamente eram considerados “frescuras”, “bichisses” ou outros substantivos pejorativos facilmente usados para julgar o sofrimento alheio. Enfim, neste caso específico, eu posso afirmar que fui vítima da hostilidade decorrente do “bullying” algo muito antigo, porém recentemente nomeado. Tráta-se de um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz (es) de se defender. Eu me lembro quando criança, pelo simples fato de ser diferente nos meus gostos, desejos, comportamento, era hostilizado, marginalizado, ofendido e agredido. Ações que eram sustentadas e cegamente apoiadas pela sociedade, escola, colegas. Um pesadelo traumático. O lado positivo que tirei de tudo isto foi o fato de formar a minha personalidade livre de preconceitos e à margem, junto com”meus iguais” ou outros que naquela época também eram marginalizados como os negros, os hippies, os gays, os drogados. Outro ponto positivo foi a experiência de vida que me hoje me faz enxergar avanços sociais como a “descoberta” ou somente a criação de um termo para o bullying, triste ato que só vai ser combatido à medida que os pais se conscientizem da importância em educar os filhos em um ambiente livre de preconceitos e baseado no respeito mútuo.
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