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** By ROBERTO CHRISTO **
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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

The Wayward Cloud de Tsai Ming-liang


Há alguns anos eu, por acaso, assisti na TV a um filme que me marcou muito. Sabe quando estamos em viagem, assistindo um dos vários canais a cabo do hotel e pegamos o filme após iniciado? Na época não memorizei o nome do filme, nem do diretor. Tempos depois, de volta ao Brasil, tentei procurar algo sobre o filme e nunca encontrei.  

Recentemente ganhei um livro sobre cinema e ao folheá-lo me deparo com o foto de uma cena do desconhecido filme! Sim, era aquela obra cujos maiores atrativos eram a arte e fotografia, justamente os elementos que despertaram a minha atenção e fascínio! Corri para ler os créditos e lá estava: The Wayward Cloud (por Tsai Ming-liang). Bingo! Após anos, encontrei o que tanto queria e agora com a possibilidade de estudar sobre o diretor.

Então, o filme teve o título traduzido para "O Sabor da Melancia" e narra o encontro de Hsiao-Kang com Shiang-Chyi, ele um ator pornográfico e ela uma funcionária de uma video-locadora que reencontra um antigo "crush" para novas experiências. A versão para o português vem do uso constante da melancia como o símbolo de volúpia e do elemento água que aparecem como protagonistas no contexto do filme. 

O diretor, de maneira complexa, retrata a influência da urbanização na vida de seus personagens! Aqui temos novos formatos dos espaços físicos habitados pela população de Tawain e vivemos uma escassez de água que assola a cidade. O resultado é uma valorização exacerbada da importância de seguir os instintos que nos levam às relações interpessoais! Os impulsos humanos se manifestam mais arduamente, no desejo sexual, dificilmente consumado, decorrente das coincidências da proximidade física causada pela falta de espaço; ou na busca ensandecida da preciosa água, que com fartura estaria presente em uma suculenta melancia. 

O roteiro, um pouco confuso, permitiu a inserção de números musicais, todos muito bem produzidos e dentro da proposta verde-vermelha. A arte e fotografia enriquecem os demais elementos do filme e o torna mais interessante. 

O diretor, conhecido como um representante da Nouvelle Vague oriental, é famoso por explorar o ritmo lento, com planos longos e poucos diálogos. A crítica destaca bastante seu outro filme, Vive L’amour, com o qual o diretor ganhou o Leão de Ouro, em Veneza (este ainda inédita para mim, mas vou buscar uma maneira de assisti-lo, o mais breve possível!).

Portanto, fica aqui a dica para quem tem adoração pelo cinema oriental, como eu!


Abraços,
ROBERTO CHRISTO



The Wayward Cloud

The Wayward Cloud

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